Dia Nacional dos Enfermos

Testemunho do dia a dia de cuidados com os pacientes

Quando estamos doentes, tornamo-nos vulneráveis, carentes, e nos deparamos com a necessidade do cuidado e da compreensão do que está acontecendo. Trabalhar na área da saúde fez eu me rever muitas vezes, pois também já estive doente, e me fez entender como eu gostaria de ser cuidada. Então, foi necessário sair de mim para enxergar o outro, não só como profissional, mas entender o que está acontecendo com aquela pessoa.

Tudo começa a partir do momento que chamamos o paciente, e iniciamos o primeiro cuidado, pois não podemos chamá-la de qualquer jeito, não podemos recebê-la de qualquer jeito. Sendo eu uma profissional de saúde, isso requer de mim um olhar atento e uma atitude acolhedora que vai me aproximar do outro para que o cuidado aconteça de forma especial.

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Tratar as pessoas além das enfermidades

Este trabalho diário me fez compreender que há muito mais a enxergar, pois, quando saímos de nós para entender o que está acontecendo com o outro, conseguimos ir além. Muito mais que tratar doenças, instalar medicações, realizar curativos, alcançamos corações, tocamos em pessoas.

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Muitas vezes, quando realizo algum procedimento, a minha atitude faz toda diferença. Assim, uma simples afirmação de “vai ficar tudo bem” desperta no outro um choro, um sorriso e até mesmo silêncio; outras vezes, atitudes e palavras duras. Mas entendemos que a doença gera dor, medo, preocupações, mas, aliada a outros problemas, gera solidão, tristezas, angústias, opressões; e indo além, nasce a compaixão, e me deparo com um cuidado maior que vai além de mim mesma.

Cuidado e amor

E tem aqueles com os quais quando me deparo, de inúmeras formas e necessidades, costumo dizer, que Jesus os trouxe para cuidarmos. Ser somente uma boa profissional não me completa; ser uma profissional que consegue ver além, me faz ver a real necessidade do outro, isso me completa. Então, compreendo que cuidado é só uma parte, e amar é a outra parte.

Eu sou feliz fazendo o que faço e vendo cada enfermo se recuperando, as feridas cicatrizando, o corpo reagindo, mesmo que nem todos os dias não sejam só alegrias. Sou grata a Deus pela minha vocação e peço força para fazer a diferença.

Camila Gonçalves – técnica de enfermagem do posto médico Padre Pio. 

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