Meu nome é Tiago Reis, tenho quarenta e três anos, sou casado com a Daiane, pai de três filhos: duas meninas, Maria Clara e Lara, e mais um bebê a caminho. Atualmente, sou bacharel em Direito, trabalho como assessor parlamentar e, dentro da Igreja, estou como Presidente do Conselho da Renovação Carismática Católica da diocese de Lorena, antes, era chamado de “Coordenador Diocesano”, e vou contar um pouco do resgate de Deus na minha vida.
Graças a Deus, eu venho de uma família de cinco pessoas: meu pai, minha mãe, minhas duas irmãs e eu. Desde pequeno, fomos muito bem cuidados pelo meu pai afetivamente. Tivemos muitas dificuldades financeiras, mas os meus pais nunca deixaram faltar nada em minha casa e muito menos a fé e o amor em Jesus Cristo.
O começo no mundo das drogas
Porém, aos quatorze anos de idade, eu tive o primeiro contato com o mundo das drogas. Fumei meu primeiro baseado de maconha na virada do ano de 1993 para 1994 e, coincidentemente, na virada do ano 1994 para 1995 eu experimentei a cocaína, então, começou o meu vício.
E também comecei a traficar e aprofundar-me mais e mais nesse mundo, marginalizando-me cada vez mais. Com isso, passei a praticar pequenos furtos e roubos e o tráfico era constante na minha vida. Cada vez mais, eu mergulhava nesse mundo da violência, do roubo, nesse mundo de droga e de prostituição.
Por estar envolvido nesse mundo do crime, uma das coisas mais marcante na minha vida foi quando meu próprio amigo tentou me matar. Ele disparou contra mim vários tiros, mas não me acertou. Um desses tiros acertou o muro ao meu lado, mas não em mim, graças a Deus! Ali a providência de Deus já estava na minha vida.
Num outro momento, por eu estar drogado, me envolvi em uma briga e teve um rapaz que tentou dar uma facada no meu peito, mas eu levantei o braço e a faca pegou no meu braço. Eu tenho as cicatrizes disso até hoje.
O fundo do poço
O tempo ia passando e, cada vez mais eu mergulhava nesse abismo e me aprofundava mais na droga. Quanto mais viciado eu ficava, mais violento eu me tornava, além disso, a promiscuidade era constante em minha vida, tive vários relacionamentos sexuais e, muitas vezes, usava as mulheres, oferecendo drogas para elas em troca de relação sexual. Eu não sei como não tive uma doença como o HIV, alias, sei sim, já era Deus me salvando.
Um dia, enquanto eu fumava crack dentro do chiqueiro, o porco grunhia na minha cabeça, e eu lembrei: “Puxa, que vida que estou vivendo!?” Eu levantei, fui embora para casa e falei que precisava mudar de vida, pois não queria mais viver aquela vida antiga, ou seja, voltar a comer a cebola do Egito, enquanto Deus sempre teve um banquete reservado para mim.
Os anos foram passando e a minha vida foi cada vez mais se declinando, mais drogas, mais brigas, mais sexo… Eu já cheguei a roubar engradado de garrafa de dentro de casa para poder trocar por droga, já surtei de abstinência, era uma situação bastante complicada.
O meu fundo do poço foi quando saí de casa em uma sexta-feira, comecei a usar droga, e voltei para casa já era segunda-feira de madrugada. Meus pais começaram a brigar entre eles. Um culpando o outro, falando até em se separarem, e as minhas irmãs chegaram em mim e começaram a me culpar: “A culpa é sua da desgraça daqui de casa. Papai e a mamãe vão se separar e o culpado é você”. Eu estava naquela ressaca e falei assim: “Nossa, eu sou o culpado do papai e da mamãe se separarem.”
O encontro que transformou tudo
E, naquela mesma semana, teria um retiro de jovens, lá da paróquia Santa Cecília, em Cruzeiro, onde minha irmã caçula participava, o encontro denominado: “Maranatha, resgatando a juventude para Deus”, e eu fui nesse retiro de jovens, que aconteceu na Canção Nova, em Lavrinhas. Mas, antes desse retiro, lá no banheiro da paróquia de Santa Cecília, escondido, eu cheirei cocaína e levei para turma, e, à noite inteira, lá no retiro, nós ficamos escondidos usando. Eu fiz muita bagunça!
E, no outro dia, no sábado, não conseguia participar das palestras, porque estava cansado, porém, no terceiro dia, no domingo, eu tive o meu encontro pessoal com Jesus Cristo, encontro esse que mudou a minha vida, eu me encontrei com o Senhor Jesus e me sentia muito amado por Ele, foi ali o meu batismo no Espírito Santo.
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A recaída
Esse Maranathá foi em janeiro de 2002, e lá foi o meu primeiro chamado à conversão e à perseverança. Eu fiquei um pouco mais de um ano firme na Igreja, porém, tive uma recaída. A recaída foi a pior da minha vida, assim como está na Palavra de Deus: se você é liberto de um demônio e ele volta e encontra casa vazia, ele trás com uma legião. Eu comecei a fumar crack, a mesclar. Foi uma recaída tão feia que fui até preso.
Dentre tudo o que aconteceu nesse período, lembro de um dia em que enquanto eu fumava crack dentro do chiqueiro, o porco grunhia na minha cabeça, e eu lembrei: “Puxa, que vida que estou vivendo!?” Eu levantei, fui embora para casa e eu falei que eu precisava mudar de vida, pois não queria mais viver aquela vida antiga, ou seja, voltar a comer a cebola do Egito, enquanto Deus sempre teve um banquete reservado para mim.
Uma nova vida há 18 anos
Esse já era o ano de 2004, e teria o Encontro Nacional da Juventude da RCC, o ENJ, lá em Vila Velha, no Espírito Santo. E os irmãos do grupo de oração Maranathá, que nunca desistiram de mim, sempre estiveram em intercessão para que eu voltasse para Deus, esses irmãos me chamaram para ir no ENJ, porém, eu faltava muito o trabalho, pois, por consumir muitas drogas e bebidas alcoólicas, eu acaba não tendo condições de ir trabalhar, então, não podia faltar. Mas o agir de Deus é tão poderoso que o telhado da empresa desabou, o trabalho foi suspenso e tive a oportunidade de ir.
E, naquele encontro, lá em Vila Velha, os irmãos oraram por mim, eu me arrependi de ter desviado do caminho do Senhor, me confessei e voltei a participar do banquete do Senhor. Desse encontro até o momento, já são mais de dezoito anos que não bebo, não fumo, não uso drogas e, hoje, pela honra e glória de Nosso Senhor, sou o Coordenador Diocesano da RCC da Diocese de Lorena – SP.
Você também pode mudar
Com a graça de Deus, eu tive a oportunidade de fazer várias experiências em Deus, no decorrer desses anos de caminhada de fé. Uma delas é que eu tinha um sonho de ir para Jornada Mundial da Juventude, com o Papa João Paulo II, e, no ano de 2008, eu tive a graça de atravessar o mundo e ir para Austrália, além disso, a mais linda: dentro do grupo de oração “Maranatha, resgatando a juventude para Deus”, eu conheci a minha amada esposa, nos casamos, constituímos dia a dia a nossa família, com a nossa base em Deus, e minhas crianças já participam do grupo de oração.
Hoje, estou aqui para testemunhar a maravilha que Deus fez na minha vida. Se eu pude mudar de vida, você também pode mudar a sua.
Tiago Reis, 43 anos – Cruzeiro