Caro leitor, antes de falar mais especificamente do sacramento da Ordem enquanto ministério, cabe ressaltar que: todo batizado é participante do sacerdócio de Cristo e tem, portanto, a capacidade e o dever de colaborar com a missão da Igreja. Trata-se do ministério comum de todos os fiéis. Por causa disso, nós podemos afirmar que a Igreja é uma comunidade sacerdotal, visto que todos os fiéis participam, de algum modo, do sacerdócio de Cristo.
Contudo, é preciso que façamos uma diferenciação entre o sacerdócio comum e o sacerdócio ministerial. No primeiro, faz parte da sua missão atuar no meio do mundo procurando ordenar para Deus todos os assuntos temporais de acordo com as circunstâncias pessoais de cada um. Dessa forma, os que participam do sacerdócio de Cristo no estado laical cooperam com Ele mediante a renovação do mundo.
Com relação ao sacerdócio ministerial, é próprio dessa missão a celebração do Santo Sacrifício da Missa, pregar a Palavra divina, administrar os sacramentos e guiar os homens de modo que alcancem a salvação eterna. Os que possuem o sacerdócio ministerial (padres, bispos) atuam na pessoa de Cristo, ou seja, atua em nome e com o poder de Cristo. Dessa forma, a identidade sacerdotal não pode ser outra se não a do próprio Cristo.
Sacramento da ordem e o tríplice poder
Trata-se de um sacramento de serviço. O sacerdote está a serviço todo o tempo e o tempo todo. Sua missão não se desvincula de sua pessoa. A esse respeito São João Paulo nos recorda: “este serviço alto e exigente não deve ser prestado sem clara e sólida convicção acerca da vossa identidade como sacerdotes de Cristo, depositários e administradores dos mistérios de Deus, instrumentos de Salvação para homens, testemunhas de um Reino que se inicia neste mundo mas se completa no Além” (1979).
Outra diferença essencial entre o sacerdócio comum e o ministerial encontra-se no fato de que, no segundo, é conferido por meio do sacramento da Ordem um tríplice poder: ensinar, santificar e reger, quer dizer, os ministros ordenados exercem o seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino (munus docendi), pelo culto divino (múnus liturgicum) e pelo governo pastoral (munus regendi). Em outras palavras, por meio do ensino da Palavra o ordenado exerce o “múnus docendi”; ministrando os sacramentos, especialmente a Eucaristia ele coloca em prática o “múnus santificandi” e conduzindo o fiel ao seu fim sobrenatural, como o pastor conduz a sua ovelha, ele efetua o “múnus regendi”.
O sacramento da ordem possui graus diferentes e para compreendê-los é preciso estar bem atento. Estes são os três graus da Ordem: o episcopado (terceiro grau), o presbiterado (segundo grau) e o diaconado (primeiro grau). Contudo, em se tratando de sacerdócio, a doutrina católica reconhece que existem dois graus de participação ministerial no sacerdócio de Cristo: o episcopado e o presbiterado. Nesse caso, o diaconado não se enquadra na categoria de sacerdócio. Trata-se de um sacramento que imprime caráter, quer dizer uma marca indelével na alma do ordenado.
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A matéria e a forma do sacramento da Ordem
Depois de algumas controvérsias sobre esse tema, Pio XII declarou em 1947, de forma incontestável, que a matéria do sacramento da Ordem é a imposição das mãos. Noutros sacramentos, como vimos, a matéria é uma “coisa” (res), por exemplo, a água, o azeite. Isso acontece porque o efeito do Sacramento não deriva de algo que pertença ao ministro. No caso do sacramento da Ordem, acontece bem diferente, uma vez que, aquilo que é comunicado vem de Deus, porém é participado por aquele que o confere (no Batismo, por exemplo, qualquer pessoa pode batizar, independentemente de quem batiza, é Cristo quem batiza). No caso da Ordem, é necessário que esse ministério seja transmitido por alguém que já o tenha recebido e seja autorizado para tal. Sendo assim, a forma da matéria está no ministro e não no elemento material.
Com relação à forma, trata-se da oração consacratória que os livros litúrgicos prescrevem para cada grau. No caso dos presbíteros, são as palavras da oração que Bispo pronuncia depois da de o ordenado ter recebido a imposição das mãos. As palavras essenciais são estas: “Pai todo-poderoso, constituí estes vossos servos na dignidade de presbíteros; renovai em seus corações o Espírito de santidade; obtenham, ó Deus, o segundo grau da Ordem sacerdotal que de Vós procede, e a sua vida seja exemplo para todos”.
Uma vez estabelecido no sacramento da ordem, o varão que o recebera forma, juntamente com seus colegas ordenados, um só presbitério na diocese para cujo serviço estão escalados sob a direção do próprio Bispo.
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