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E agora, preciso confessar? O que fiz era pecado ou não?

Esse é o quinto texto de uma linda série destinada ao esclarecimento e à nossa formação sobre o sacramento da confissão, mostrando a sua riqueza, beleza e sua grande capacidade de nos colocar nos eixos de um caminho, cuja finalidade é nos unir a Deus, para não mais ficarmos à mercê das pérfidas forças espirituais do mal, nem mesmo ao acaso, nas mãos dos homens. Em estado de graça, estaremos tão somente nas mãos de Deus. E esse estado de graça se alcança por meio da consciência do pecado, sua matéria, suas consequências e o mais profundo arrependimento e compromisso com Deus de não tornar a cometê-lo.

Na semana passada, nós procuramos deixar, o mais claro possível, a natureza do pecado, como saber se o cometemos ou não, quais são as etapas para um ato se tornar pecaminoso e, por fim, os meios para discernir os pensamentos bons dos maus.

Se você não leu o texto da semana passada, vai ser complicado entender este, porque é continuação do outro. Vem cá ver, porque ficou bem legal! Clique aqui!

E agora preciso confessar O que fiz era pecado ou não

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Como podemos adquirir a consciência do pecado?

Esta semana, vamos mexer com a dúvida. Vai que, depois das explicações da semana passada, ao observar-se, ainda surge alguma dúvida ou confusão? O que fazer quando ainda há dúvidas?

Quem vai dar a dica não sou eu, mas Santo Afonso Maria de Ligório. Ele dá uma regra: se a pessoa se examinou e não chegou a uma conclusão, por não conhecer suficientemente a si ou pela confusão do dia a dia, o discernimento, se houve pecado ou não por pensamento ou atitude, vai por presunção. Presume-se que se a pessoa que sempre comete um determinado pecado está na dúvida se consentiu ou não após ter tido plena advertência, quase que, invariavelmente, pode assumir que consentiu. Se for um pecado que não se costuma cometer habitualmente, e está na dúvida, quase sempre é porque não consentiu. Relaxe!

Agora, se trata-se de uma ação que ainda não foi cometida e se está em dúvida se essa ação é pecaminosa ou não, há uma regra moral que diz que não se pode agir na dúvida. Se age-se na dúvida, seria o mesmo que cometer o erro que se está em dúvida ou não. Assim como um caçador que vai caçar algum animal lícito e, durante a caçada, algo se move por detrás de um arbusto. Se no local há a possibilidade de ser tanto um animal quanto um ser humano, se ainda assim ele atira, moralmente seria o mesmo que ter matado uma pessoa.

Prudência nas atitudes

Esse cuidado gera prudência, a regente das demais virtudes. Se não tem certeza, melhor certificar-se primeiro para depois agir, se não, você se expõe ao mal e ao erro. Busque o conselho. Olha, tenho alguns artigos sobre virtudes. Confira aqui.

Praticamente, toda dúvida tem solução, desde que se estude ou busque pessoas que são capazes de resolver o caso. Claro que você deve procurar pessoas moralmente exemplares! Como também é possível estudar e procurar a solução em bons livros de moral. Em todo caso, se a dúvida se mostra insolúvel, a regra é a seguinte: tratando-se de um dano grave a alguém, um caso de vida ou morte ou a invalidade de um sacramento, não se pode agir!

Se, no entanto, for algo de menor gravidade, após ter pesquisado, pedido conselho e ajuda, estudado por conta própria, e nem as melhores cabeças e santos da história trouxeram uma solução completa sobre essa situação específica, não caindo dentro da gravidade citada acima, a pessoa está livre para agir, pois, onde não há uma lei que regula, não há a maldade. Não se pode tentar seguir uma lei que não existe.

Leia mais:
.: O pecado é uma ruptura da nossa relação com Deus
.: Dai-nos a sabedoria e o juízo reto
.: Prudência, nosso melhor bem
.: Efeitos espirituais do sacramento da confissão

Sabedoria

Uma situação assim é muito difícil de surgir. Foram, pelo menos, dois mil anos de evolução de teologia moral na Igreja para que, com uma busca minuciosa e sincera, se possa encontrar uma solução para os problemas. Tem de correr atrás porque a resposta existe. O fato de não saber julgar tecnicamente um ato não tira a advertência moral do coração.

A pessoa acostumada a agir na dúvida está longe da prudência e da sabedoria. Não se pode ficar contando com o acaso. Repito: quando agimos na dúvida, estamos cometendo o pecado do qual é matéria da dúvida.

Justamente a dúvida é uma maravilhosa oportunidade de crescer na prudência, pois vamos aprender ao máximo, para cada vez agir melhor.

Semana que vem, tratamos das ocasiões em que somos obrigados a cooperar com o mal. Pois é, existe um monte de situações, em que a coisa mais correta a fazer é cooperar com o mal. Claro, existe um nível para isso, e é isso que vamos explicar.