O ciúme mexe com as estruturas de qualquer relacionamento
Quem nunca ouviu dizer que o ciúme é o tempero do amor? E você, o que acha disso? Temos assistido a muitos casos nos quais esse sentimento é o “fósforo aceso na pólvora”, ou seja, provoca reações inesperadas e de total descontrole. Pensando assim, você ainda acha que o sentir é normal?
Tempero no amor
Fatores culturais nos fazem acreditar que o ciúme é uma prova de amor e que pequenos sacrifícios, como deixar de ir a determinados lugares ou trocar de roupa para que a pessoa amada não se chateie, são bem-vindos e são aquele “tempero” no amor.
Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
A grande questão é que os tais “pequenos sacrifícios” e este “tempero” transformam-se em aprisionamentos à medida em que o tempo passa. Estar com o outro passa, então, a não ter tanto sentido, perde a graça, e, certamente, mexe com as estruturas de qualquer relacionamento.
Do ponto de vista psicológico, é um sentimento que envolve o medo de perder o amor da pessoa amada e está diretamente relacionado à falta de confiança no outro, sobretudo em si próprio.
Quando ele se torna exagerado, consideramos que se transforma numa doença, chegando a pensamentos obsessivos. A complexidade do ciúme é grande, pois envolve pensamentos, emoções, comportamentos e reações físicas.
Insegurança
Pessoas ciumentas costumar se certificar, frequentemente, se são queridas, se as pessoas podem dar provas de amor ou mesmo pedindo provas para que este amor seja certificado, tais como: proibir o amado de visitar um determinado lugar, usar esta ou aquela roupa, prometer que fará ou não fará uma coisa, dentre tantas outras.
Muitas vezes, coloca-se nesses pedidos, que são coisas externas, o significado do amor, que de um sentimento interior, passa a ser construído com provas externas.
Leia mais:
.: Ciúme, o veneno nos relacionamentos
.: Ciúme é normal?
.: Entenda a importância de controlar o ciúme e dar fim nele
.: Como superar o ciúme no relacionamento?
Ciumentos fazem interpretações distorcidas e, geralmente, fazem isso não apenas com seu par amoroso, mas também nas relações de amizade, trabalho, família… Eles cobram atenção, e isso vale até mesmo para o uso de objetos pessoais por outras pessoas.
Problemas psicológicos
Vale lembrar que, quando excessivo, o ciúme se torna um problema de saúde psicológica, pois a pessoa começa a ter sentimentos paranoicos, delírios de perseguição e temor imaginário de que a pessoa está sendo vítima do mundo, com muitas fantasias, imprecisões, dúvidas ligadas às ideais supervalorizados ou delirantes.
Muitas vezes, a pessoa passa a ter compulsão em dirimir suas dúvidas e, com isso, passa a invadir a privacidade do outro, abrindo correspondências, mexendo nos bolsos, no celular, nas redes sociais, fazendo um perfil falso para tentar “cavar” provas de infidelidade e tantas outras atitudes extremistas.
Parecem atitudes bobas e até mesmo são reconhecidas pelo parceiro, mas não servem em nada para aliviar o ciúme, e sim, aumentam a sensação de desconforto.
Se você passa por essa situação, é importante que converse bastante sobre o assunto com seu par, procurando, juntos, as alternativas que permitam que o verdadeiro amor, baseado na confiança e na cumplicidade, possa crescer entre vocês, deixando também que Deus aja na insegurança, nos reflexos de dificuldades afetivas do passado, bem como buscar ajuda especializada quando perceber que a situação tomou uma proporção maior do que aquela que vocês podem administrar sozinhos.
Abraço fraterno!