Superação

Como superar o ciúme no relacionamento?

Será que o amor é ciumento? Ou o ciúme é fruto da nossa insegurança e imaturidade?

Quem nunca se pegou com vontade de dar uma espiada no celular, esquecido no sofá, do cônjuge? E quem nunca teve aquele frio na espinha quando encontrou a(o) ex dele (a)? A verdade é que o ciúme está presente na maioria dos relacionamentos, mas, em alguns casos, pode se tornar bastante prejudicial e até insuportável. Nos casos extremos, a pessoa de quem se sente ciúme se torna vítima de acusações e limites absurdos, que mais parecem uma cadeia emocional (ou até mesmo física no caso do cárcere privado). Mas será que o amor é ciumento? Ou o ciúme é fruto da nossa insegurança e imaturidade?

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Há motivos reais para ter ciúme?

Para avaliar a natureza do seu ciúme, sugiro primeiro pensar na realidade do relacionamento. Há motivos reais para ter ciúme? Já houve traições, ele (a) demonstra não ser digno (a) de confiança? Se sim, então isso não é uma simples imaturidade emocional, mas uma insegurança real, produzida pela falta de comprometimento do outro. É preciso resolver isso, conversar e avaliar o compromisso com a fidelidade. Os dois precisam decidir se querem viver um relacionamento monogâmico de maneira comprometida. Se as opiniões forem divergentes, é melhor terminar a relação.

Mas se você se considera uma pessoa um pouco ciumenta, provavelmente se encontra no meio-termo – sente um mínimo de ciúme no dia a dia, chegando a momentos fortes em algumas situações, podendo gerar bastante transtorno. Para você, gostaria de destacar alguns pontos.

a) O compromisso de fidelidade é um juramento a Deus

Quando fazemos a promessa no altar, assumimos um voto com Deus. Você só pode ser responsável pelo seu voto, e deve manter sua fidelidade independente se o outro vai mantê-la ou não. Além do mais, cada um responderá pelas suas escolhas, tanto pelas boas como pelas más, individualmente.

b) Poder de convencimento

O hábito de acusar a pessoa de traição gera no subconsciente dela uma afirmação da real possibilidade de trair. E, mesmo quem não tinha essa intenção no início, pode acabar se entregando à traição. Pare de afirmar que o outro está traindo você, senão ele (a) vai acabar acreditando e obedecendo.

c) A segurança de ter sido escolhido acaba com o ciúme

O amor verdadeiro torna o outro livre. E a percepção de que o outro me escolheu, mesmo sendo livre para escolher outra pessoa, gera a paz e a confiança. Se meu cônjuge quisesse outra pessoa, ele não teria me escolhido. Então, não estou em uma disputa, não estou lutando contra a concorrência. Eu já ganhei. Agora devo me ocupar de manter-me como a melhor escolha. O ciúme nasce quando me comparo a outras pessoas e me acho inferior. Por essa razão, não se compare com ninguém! Seja o melhor que você puder, e isso vai bastar porque o outro o (a) quis.

d) Sobrecarga emocional / codependência afetiva

A maioria das pessoas vive uma situação de fechamento interior, com altas barreiras emocionais para proteger a intimidade e tentar não sofrer com as decepções. A cada dor, a cada mágoa, vamos nos tornando mais e mais isolados, levantando muros inconscientes. E assim, nossa verdadeira vida emocional se torna terra de poucos (talvez de um só!). E acabamos sobrecarregando os poucos que conseguem conquistar esse espaço, derramando sobre eles as carências acumuladas ao longo da vida – carências de pai, de mãe, de amigos… Desse modo a outra pessoa se torna mais importante do que qualquer ser humano deveria ser. Com essa conexão tão grande, sentimos a necessidade de garantir que essa pessoa não nos abandone e, assim, usamos do ciúme para tentar prendê-la. Esquecemos que o verdadeiro amor sempre liberta, nunca retém para si.

Para resolver o ciúme, é preciso acreditar que é possível ser amado. É preciso perceber que o único habitante permanente da nossa intimidade é Deus, e que todos os outros são temporários. Confiando no amor d’Ele, podemos acreditar que somos escolhidos pelas pessoas e, com isso, não há mais disputa, há somente a sensação real de ser amado por alguém que nos conhece e que ganhou acesso ao nosso mais íntimo.

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