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Por que é importante conhecer a fertilidade?

Faremos a nossa reflexão à luz da nossa fé católica, considerando as Sagradas Escrituras e os documentos aos quais a Igreja orienta os seus fiéis. O homem criado à imagem e semelhança de Deus não nasceu para viver só; é dado a ele uma companheira, e ambos recebem uma missão: a unitividade e a procriação, “… o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne (cf. Gn 2,24)”.

O amor conjugal é um encontro de união de almas que precede a união dos corpos. Na verdade, a unitividade, para acontecer de forma corpórea, precisa acontecer no coração. O amor conjugal atinge seu ato mais sublime no sacramento do matrimônio ao selar, com o compromisso que os noivos assumem e recebem, a bênção de Deus sobre a família que é constituída.

Na Encíclica Humanae Vitae do Papa Paulo VI, notamos a corresponsabilidade dos esposos numa escolha consciente e abertos a gerar vida: “O matrimônio não é, portanto, fruto do acaso ou produto de forças naturais inconscientes, é uma instituição sapiente do Criador para realizar, na humanidade, o seu desígnio de amor. Mediante a doação pessoal recíproca, que lhes é própria e exclusiva, os esposos tendem para a comunhão dos seus seres em vista de um aperfeiçoamento mútuo pessoal, para colaborarem com Deus na geração e educação de novas vidas.”

Por que é importante conhecer a fertilidade?

Foto ilustrativa: SvetaZi by Getty Images

É importante procurar saber sobre a fertilidade antes do sacramento do matrimônio

Compreendemos, então, que a procriação acontece a partir do sacramento do matrimônio pela unitividade dos cônjuges. Aos candidatos que aspiram esse sacramento, já no processo de conhecimento um do outro, no namoro ou noivado, é importante prepararem-se em todos os níveis da pessoa humana, ou seja, na sua integralidade.

No percurso da vida, tanto o homem como a mulher, ao cuidar da saúde, é importante que contemplem também a fertilidade humana para evitar surpresas no futuro com um possível caso de infertilidade por parte do casal ou de um dos cônjuges. Entre os cuidados, é necessário a atenção também à nutrição e à atividade física, pois ambas são de grande ajuda nos casos a considerar.

Essa atenção e esse cuidado possibilitam o conhecimento do estado de saúde como também o tratamento adequado no caso de infertilidade, embora também haja o ISCA (Infertilidade Sem Causa Aparente).

Deus atribui à pessoa humana a graça de ser colaborador d’Ele na procriação e na educação dos filhos, lembrando que a vida é um dom dado por Ele. Os filhos são dons e bênçãos de Deus, e não um direito. No Catecismo (parágrafo 1654), “os esposos a quem Deus não concedeu a graça de ter filhos podem, no entanto, ter uma vida conjugal cheia de sentido, humana e cristãmente falando. O seu matrimônio pode irradiar uma fecundidade de caridade, de acolhimento e de sacrifício” (parágrafo 1654).

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Planejamento familiar

A Igreja oferece aos cônjuges os métodos naturais para o planejamento familiar, de modo que o casal aberto à vida tenha consciência e responsabilidade para ter os filhos que possa criar, alimentar e educar. Os métodos naturais colaboram na investigação da saúde dos cônjuges para que recebam o tratamento adequado, evitando danos à saúde do casal. São eles: o método Billings, método da temperatura basal, método da tabelinha.

A Naprotecnologia (Natural Procreation Technology) é o método natural mais recente desenvolvido no Estados Unidos por Thomas Hilgers, que estudou com o casal Billings. Essa técnica já é realizada no Brasil e conta com o acompanhamento que se dá por instrutoras do Sistema de Fertilidade Modelo Creighton.

Esses métodos ajudam a conhecer o próprio corpo e estreitam os laços conjugais, pois favorecem o diálogo entre o cônjuge e o envolvimento de ambos na aplicação dos mesmos. É importante conhecer o método antes de usá-lo, para isso, procure profissionais que atuam na área para ajudar e receber o tratamento adequado.

Quanto aos métodos artificiais, a Igreja não os recomenda em atenção à saúde da mulher, pois se notou que, após seu uso, ocorreram casos de aborto já na fase inicial da vida. No Evangelium Vitae do Papa João Paulo II, no número 91, “…é moralmente inaceitável que, para regular a natalidade, se encoraje ou até se imponha o uso de meios como a contracepção”.