Semana Santa

Padre Léo e a Semana Santa na comunidade Bethânia

 O mistério pascal da cruz e ressurreição de Cristo está no centro da Boa-Nova que os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo. O desígnio salvífico de Deus cumpriu-se de «uma vez por todas» (Heb 9, 26) pela morte redentora do seu Filho Jesus Cristo”. (CIC 571)

Para cada cristão católico, a Semana Santa, conhecida também como Semana Maior, constitui-se numa possibilidade ímpar para manifestar ao mundo, através de seu testemunho, a certeza expressa neste número do Catecismo da Igreja Católica. Trata-se do mistério central da nossa fé, e para ele tudo converge.

Uma orientação clara de Padre Léo para viver a Quaresma com afinco

Com máxima intensidade, o Servo de Deus padre Léo de Bethânia imprimiu, em sua Comunidade Bethânia, uma orientação muito clara. Em Bethânia, vive-se, com afinco, o tempo quaresmal e a Semana Santa, pois estes tempos fortes da liturgia são os que mais traduzem a luta de nossos filhos e filhas de Bethânia. Um filho de Bethânia se fortalece pelo jejum, pela oração e caridade durante a Quaresma, e abre o coração para na Semana Santa, seguindo Jesus em Sua via dolorosa, encontrando-se com o amor infinito de Deus feito cruz. Este encontro de amor tem o poder de transformar e restaurar. 

Foto Ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

Assim, revisitando a memória, ilumina-se para nós, a cada Semana Santa, através do caminho deixado pelo padre Léo, uma oportunidade única para experimentar um Deus que nos ama até as últimas consequências: “Amando os seus que estavam no mundo, amo-os até o fim” (Jo 13,1). 

Padre Léo e suas missões: histórias de trabalho e companheirismo

São muitas as histórias. Recordamos, por exemplo, as vezes em que, após retornar de uma missão, padre Léo colocou uma enxada nos ombros, chamou alguns filhos e mais a companhia de seus cachorros, para abrir a Trilha da Cura. Neste trajeto, fincou os lugares da via crucis com todas as suas estações, até chegar no alto de um belo monte, onde deitou a cruz do Calvário.  

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Acentuava sempre que, depois do tempo forte da Quaresma, importava mergulhar na Semana Santa como um grande retiro espiritual, para colocar os pés nas pegadas de Jesus em seus momentos dolorosos até a glória da ressurreição. Padre Léo insistia que todos pudessem sentir com Cristo e sentir com a Igreja. Insistia para vivenciar cada celebração e dar atenção redobrada aos textos litúrgicos, principalmente o Tríduo Pascal. Contudo, salta à memória, alguns momentos específicos. 

A presença de Jesus em Betânia e a unção de Maria na Segunda-feira Santa

A Segunda-feira Santa, onde a liturgia aponta para a presença de Jesus em Bethânia, ressaltando a irmã Maria, que, na casa de Marta, quebra o vaso, unge o Senhor com perfumes caros e com lágrimas encharca os pés do Mestre. Como Maria de Bethânia, queremos conversão e vida nova. É maravilhoso ver os filhos contemplando, nessa cena de Bethânia, a possibilidade de aceitar Jesus e acolher a salvação que Ele oferece, e dar-Lhe o seu melhor.

O segundo momento nos traz para o meio-dia da Sexta-feira Santa, onde, animado por Ele, saíamos em Via-sacra pela Trilha da Cura. Um dia inteiro de oração e jejum a pão e água. Na verdade, tudo se inicia com a preparação dos filhos ao longo da Quaresma, para então percorrer cada estação da via dolorosa com muito realismo e devoção. O povo participa e, tomado de emoção, chora, canta e reza com a subida do Senhor rumo ao Calvário. O cume se dá na celebração da Paixão e Morte do Senhor, às 15h, hora da Misericórdia. Queima o coração recordar o padre Léo pregando sobre as chagas de Cristo e a nossa vida, bem como percorrendo as Sete Palavras do Senhor na Cruz. 

A Festa da Ressurreição com Padre Léo e Maria Madalena

A madrugada do Domingo da Ressurreição se dá com reboliço. Imagine a festa realizada pelo padre Léo quando, na madrugada, Maria Madalena corre pelo recanto e grita a pleno pulmões: “Onde está o meu Senhor? Onde o puseram?”. E todos saem atrás da Apóstola dos Apóstolos até o túmulo vazio. Cantos e alegria se misturam aos primeiros raios de sol para o encontro com Jesus Ressuscitado no milagre da Eucaristia. Numa verdadeira procissão, liderada por ele, caminhava-se pelo recanto com Ressuscitado num grande anúncio: “Cristo venceu, aleluia! Ressuscitou, aleluia!”. Depois de emocionada adoração, padre Léo convidava para um delicioso café colonial, preparado com muito carinho, para que os albores da ressurreição traga alegria e fraternidade para nossa Comunidade Bethânia.

Padre Léo deixou seus rastros de Deus em Bethânia. Estes não serão esquecidos, pelo contrário, serão constantemente vivenciados, pois são imperativos para “buscar as coisas do alto”. Ao encerrar, ressaltamos que, a cada Semana Santa, repetindo em Bethânia o que dele aprendemos e experimentamos, ele esta vivo em nosso empenho por sentir com Cristo e a Igreja durante a Semana Maior. 

Desejamos uma Santa Semana Santa, e que o Servo de Deus padre Léo de Bethânia interceda por você e sua família. 

Abraço e bênção,

Padre Vicente de Paula Neto, bth