Entenda!

A Quinta-feira Santa: Missa dos Santos Óleos e Lava-pés

A Quinta-feira Santa é uma celebração rica de sinais, sendo composta por duas partes: A missa dos Santos Óleos e a Missa de Lava-pés. A primeira é celebrada pelo bispo na parte da manhã e tem um caráter mais sacerdotal, enquanto a segunda acontece no período da noite, nas paróquias, com a presença de todo o povo de Deus.

A celebração da manhã, na Quinta feira Santa, é única e feita na Igreja matriz, onde o bispo reúne os sacerdotes de sua diocese a fim de renovarem seu compromisso, assim como acontece também a Bênção dos Óleos do Batismo, do Crisma e dos Enfermos. As leituras tratam da função messiânica de Cristo e da Igreja. A bênção dos óleos acontece após as preces ou “Oração dos Fiéis”.

A Quinta-feira Santa

Crédito: sedmak by GettyImages/cancaonova.com

o caráter solene

O canto do “Glória” destaca o caráter solene dessa ação litúrgica juntamente com a presidência do Bispo e do colégio sacerdotal. Após a homilia, acontece o interrogatório dos padres, sua renovação à fidelidade do Evangelho e obediência ao bispo. Não se reza o Credo, seguindo as preces e depois a entrada dos Santos Óleos geralmente portados pelos próprios padres com cores verde, branca e roxo.

Por seu aspecto sacerdotal, comemorativo, o prefácio é próprio, a oração eucarística usada é a primeira com uma menção própria desta celebração. Novamente, acontece uma oração sobre os Óleos após a “Oração pós-Comunhão”. Nesse momento, o bispo sopra sobre os vasos em sinal do Espírito Santo. A celebração acaba na sacristia com procissão solene e as palavras do bispo incentivando os seus presbíteros a zelarem pelos óleos, assim como por suas vocações.  A Quinta-feira Santa está só começando.

A ceia do Senhor e o Lava-pés

À noite, acontece uma segunda cerimônia que dá início ao chamado Tríduo Pascal. Então, ocorre o encerramento da Quaresma, ou seja, na missa da Ceia do Senhor. Essa celebração rememora a instituição da Eucaristia e, por conseguinte, o sacerdócio ministerial, momento da última ceia. O Séc. V já apresenta relatos desse ato litúrgico, em Jerusalém, porém o “Lava-pés” era feito fora da missa em alguns lugares. Em 1955, o Papa Pio XII introduziu esse rito dentro da cerimônia. O tempo também acrescentou o translado do Santíssimo Sacramento seguido do desnudamento do altar, esse sinal esvazia a Igreja e representa toda a dor do momento vivido por Jesus. 

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A Quinta-feira Santa é uma celebração sem bênção final

A capela deve ser ornada com, no mínimo, 4 velas, com flores, toalhas brancas e uma urna ou sacrário provisório. A cor litúrgica da celebração é o branco. O sacrário inicia-se vazio, todas as partículas devem ser consagradas nesta celebração para os dias do Tríduo. Não se recita o Creio. A Oração Eucarística I é a referencial, o Prefácio rezado é o da Santíssima Eucaristia. Recomenda-se a entrada das oferendas na procissão do ofertório. Não há bênção final, tudo encerra-se em silêncio para continuar nos atos litúrgicos da Sexta-Feira. 

Após o translado, os fiéis são convidados a permanecer em vigília de adoração, podendo fazer a leitura dos cap. 13 a 17 de São João. Enquanto, na Igreja, todo o altar é desnudado e esvaziado. Não se pode deixar o Santíssimo só durante a noite, por isso seja feita uma escala de adoração. Após a meia-noite, deve-se retirar as flores e apagar as velas extras do altar, finaliza-se os cantos e se preza pelo silêncio total até a manhã de Sexta-Feira. 

Que Deus, nosso Pai, inspire-nos a pôr em prática esses ensinamentos.


Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.