Semana Santa

Domingo de Ramos, um caminho norteado pela caridade, jejum e oração

Para chegar no Domingo de Ramos, Jesus viveu quatro domingos muito marcantes. Após refletir sobre as tentações de Jesus no deserto, no primeiro domingo da quaresma, entramos num deserto em que inevitavelmente passaremos por Jerusalém, rumo ao monte da Cruz. Continuamos numa caminhada de fé passando pela transfiguração, recebendo no monte os reflexos da esperança da visão beatífica, (Mt 17,2) tudo isso no segundo domingo.

Ouvimos a belíssima história da Samaritana, no terceiro Domingo, que ouve da boca de Jesus o pedido por água, “Dá-me de beber” (Jo 4,7b), ou seja, aquele que é a fonte da vida (Jo 4,10) nos pede para matar a sua sede, a sede que tem de nossa alma contrita, de nossa vida voltada para o Bem maior, Jesus Cristo.

A cura do cego de nascença por Jesus: uma nova criação e a manifestação do poder divino, os passos milagrosos de Jesus até o Domingo de Ramos

Já no quarto domingo, Jesus cura o cego de nascença (Jo 9,7b) colocando sobre seus olhos o barro (Jo 9,6), recordando-nos da criação do homem e enviando seu Espírito através de sua saliva, matando assim a sede do cego, dando-lhe visão e salvado sua alma. Por fim, Jesus ressuscita Lázaro (Jo 11,43) para nos dizer que devemos manter a esperança na ressureição e que devemos com Ele não temer subir à cruz. Se morrermos com Ele, ressuscitaremos com Ele (Rom 6,8).

Créditos: Kara Gebhardt by GettyImages.

Após esse itinerário estamos prontos para entrar com Jesus em Jerusalém, aclamando-o como o Rei, repetindo os gestos feito pelo povo daquele tempo. O Domingo de Ramos era celebrado até o século IV por dois momentos, a procissão de ramos e outra celebração distinta com a reflexão memorável sobre a Paixão de Nosso Senhor. Apenas século IX em Roma que as duas celebrações se juntam e torna-se a celebração que temos hoje: a celebração do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Por isso que a celebração ocorre em dois momentos, mas que unidos numa única celebração.

Nesse domingo, fazemos memoria da entrada triunfante de Jesus em Jerusalém. Foi lá que Jesus fora aclamado pelo povo, e que mais tarde o mesmo povo que o aclamou gritando “bendito o que vem em nome do Senhor, hosana nas alturas”, foram os que gritaram “crucifica-o” (Lc 19,29-40).

A reparação através da aclamação de Jesus como Rei

Observem que hoje temos a opção de aclamar Jesus como rei, e com nossas penitencias e orações próprias desse tempo forte, reparar todos os gritos contrários a vontade de Deus, todas as vozes que ainda hoje gritam para matarem Jesus. São muitas essas vozes, esses gritos que se levantam para silenciar as aclamações ao Rei Jesus. Ideologias, paganismo, indiferentismo, ódio aos cristãos, entre outras vozes que tem tentado, sem sucesso, destruir o reinado de Cristo.

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Celebrar o Domingo de Ramos é saber que, após as aclamações jubilosas, devemos nos preparar para a via dolorosa de Cristo que morrerá na Cruz. Por isso, após as aclamações de júbilo paramos para fazer memória da Paixão de Nosso Senhor. Nessa segunda parte é narrado para todos os que aclamaram, a verdade dolorosa do caminho de Jesus até a Cruz, que também deve ser o de cada cristão.

Recordaremos a subida de Jesus à Jerusalém, subimos com ele, gritando e aclamando para na páscoa definitiva de nossas vidas subirmos a Jerusalém celeste que nos aguarda para diante dele, aclamarmos eternamente: Bendito que vem em nome do Senhor, Hosana nas alturas!

Padre Aldenir A. S. Andrade
Assessor Diocesano da Renovação Carismática Católica – RCC
Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Diocese de São Carlos