Esse é o desejo que deve tomar conta dos nosso coração: Vamos anunciar a Ressurreição do Senhor. O Evangelho deste domingo de Páscoa é o início do anúncio da Igreja, representada por Maria Madalena, que, na manhã do primeiro dia após o sábado, vai ao túmulo, encontrando-o vazio. Maria corre para anunciar aos discípulos um fato extraordinário, que nem mesmo ela compreendeu completamente. Então, serão os dois discípulos, Pedro e o discípulo amado, que correrão para o túmulo para ver os sinais. E o que eles verão? A “ausência e uma nova presença”, para que a Fé Pascal nasça neles.
É uma imagem muito bonita da missão da Igreja e do sentido de sua vida que é guardada por Maria Madalena. Ela é a primeira, segundo o Evangelho de João, a levar a todos o anúncio da Páscoa. Nos Atos dos Apóstolos, nas palavras de Pedro, encontramos a continuação daquele anúncio eclesial do qual Maria é a iniciadora.
Mas qual é então o sentido da vida da Igreja que Maria guarda? Antes de tudo, a Igreja sabe que ela traz um anúncio de uma realidade, a Páscoa de Jesus. Um anúncio que não lhe pertence, mas que ela também recebeu como um dom gratuito e imerecido. Um anúncio que ela sabe não possuir plenamente, como Maria Madalena, que, tendo chegado ao túmulo vazio, não pode dar uma explicação para aquilo seus olhos viram. Sua única certeza é seu amor por seu Senhor, que ela viu deitado em uma tumba que agora está vazia. O túmulo vazio é o símbolo desta mensagem elusiva da qual a Igreja é a serva.
A proclamação da Ressurreição
Em segundo lugar, a Igreja é chamada a trazer a proclamação da vida. A proclamação da Ressurreição, que a Igreja sustenta para toda a humanidade, é uma palavra que vira a história de cabeça para baixo, porque insere nela uma realidade indestrutível. Se olharmos a história humana e também nossa história de hoje, nada sugere a ressurreição, tudo sugere a morte. Uma vida que não tem fim, que não está ameaçada pela morte, não pertence à nossa experiência e possibilidades. A Igreja, com os pés de Maria Madalena, é chamada a correr a todos para anunciar que o Senhor ressuscitou e que sua Ressurreição pode transformar a história.
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A Ressurreição é o “sim” de Deus ao estilo de Jesus, ao sentido que ele deu à sua vida. A Igreja, hoje, também é chamada a anunciar a Ressurreição, prolongando a vida de seu Mestre e Senhor: curando e fazendo o bem. A Igreja anuncia a Ressurreição quando ela é abençoada e faz o bem; quando ela faz e diz o bem.
O túmulo vazio é descoberto na manhã do primeiro dia após o sábado, o que corresponde ao primeiro dia de criação. Com os pés de Maria Madalena, a Igreja é chamada a anunciar a Ressurreição de Jesus como uma nova criação, como a possibilidade de realizar aquele projeto de beleza e mansidão que o Criador sonhou na aurora da Criação.
Na celebração da Páscoa, no rosto e nos pés de Maria Madalena, a Igreja pode reconhecer a si mesma e o significado de sua missão, como guardiã no mundo da indizível e sempre imprevisível proclamação da Ressurreição. Seu rosto, seus pés devem ser os de todo discípulo do Senhor Jesus.
Citações:
João 20,1-9
Dom Cristiano Sousa OSB Cam – Mosteiro da Santa Cruz de Fonte Avellana, Itália