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Quem eram os apóstolos Simão e Judas Tadeu?

Os apóstolos Simão e Judas Tadeu

No Evangelho, lemos sobre Simão, que foi o décimo dos Apóstolos, anterior a Judas Tadeu. Esse detalhe histórico é realmente fascinante. No entanto, à medida que avançamos na história, a compreensão desses eventos torna-se um pouco confusa, algo que não é comum entre os seguidores de Jesus.

Muitos estudiosos associam Simão ao primo de Jesus com o mesmo nome, irmão de Tiago, o Menor. Os bizantinos até mesmo o identificam como Natanael de Caná, o anfitrião do famoso banquete nas Bodas de Caná. Por outro lado, São Fortunato de Poitiers afirma que Simão e Judas Tadeu encontraram seu descanso final em Suanir, na Pérsia, onde deram suas vidas como mártires.

O zeloso e o glorioso

De acordo com a tradição, é quase certo que nessa região do mundo, Simão, também conhecido como “o Zelote” ou “o Cananeu”, como mencionado pelos evangelistas Mateus e Marcos, encontrou Judas Tadeu, seu companheiro de missão e destino. Eles compartilharam uma jornada notável.

Simão, cujo nome hebraico significa “zeloso”, era conhecido como “o Cananeu”, derivado de sua cidade natal, Caná, na Galileia. Ele vivia em obediência aos preceitos divinos e tinha um coração compassivo para com os necessitados e aflitos. Sua vida estava dedicada à busca pela salvação das almas. De acordo com Nicéforo Calisto, Simão pregou a mensagem de Cristo na África e na Grã-Bretanha.

apóstolos Simão e Judas Tadeu

Créditos: site Padre Paulo Ricardo

Judas, um dos doze Apóstolos, também era chamado Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como um homem de grande discernimento. Seu nome, Judas, significa “confessor” ou “glorioso”. Na Última Ceia, Judas Tadeu fez a indagação memorável ao Senhor: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (João 14:22).

Ambos foram aprisionados e conduzidos ao templo dedicado ao culto solar, com a intenção de forçá-los a negar sua em Cristo e adorar a deusa Diana. Ao resistirem a essa pressão, conta-se que Judas Tadeu proclamou a falsidade dos ídolos pagãos. Imediatamente, ocorreu um evento extraordinário, onde dois aterrorizantes seres malignos emergiram do templo e o devastaram. As testemunhas horrorizadas pela cena reagiram violentamente, atacando os dois Apóstolos e tirando-lhes a vida de maneira brutal. As relíquias desses mártires notáveis estão guardadas na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

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A graça da amizade e da união pela missão de evangelizar!

Vale notar que através dessa festa podemos refletir sobre a importância de unir-se entre irmãos para uma missão, sendo martirizados juntos demonstram essa fraternidade na qual gera santificação e apoio mútuos. Ser corajoso sozinho é mais difícil do que encorajar-se juntos. O valor da comunidade e da amizade tem sido esquecido na nossa sociedade individualistas, esses santos e mártires podem trazer à tona a beleza dessa virtude.

Muitos já meditaram sobre a amizade, filósofos como Agostinho ou Aristóteles, mas, incrivelmente, a sociedade atual gerou descrédito nesse tesouro. Hoje, é mais difícil confiar em alguém, permitir demonstrar suas vulnerabilidades ou pecados, deixar-se amar em suas qualidades e defeitos. É preciso retomar, refletir esse tema, já que a missão do amigo é o bem do outro, ou melhor, a santificação do outro.

Pedimos ao Senhor, por intercessão desses mártires, a graça da amizade e da união dos amigos pela missão de evangelizar. Amém!


Rafael Vitto

Rafael Vitto, seminarista CN. Graduado em Filosofia e estudante de Teologia. Atuante na paróquia São Sebastião em Cachoeira Paulista.