No dia 20 de janeiro, a Igreja celebra São Sebastião, o soldado martirizado que exerceu a verdadeira missão de soldado de Cristo, buscando o campo de batalha e transmitindo fé e caridade onde era mais necessário pela constante perseguição dos cristãos. O soldado e mártir nos ensina a identificar o campo de batalha em que falta fé, dispondo-nos ao combate para transmitir a Boa Nova.
São Sebastião nasceu em Narbonne, na França, mas mudou-se ainda muito jovem para terra de seus pais, Milão, na Itália do século terceiro, região onde os perseguidores dos cristãos talvez não tivessem chegado ainda, ou eram de uma presença moderada. Sebastião percebeu que o verdadeiro combate não aconteceria ali (ou seria muito brando), então, ele partiu para Roma, onde se desencadeavam duras perseguições contra a fé dos cristãos.
Testemunho de fé
Sempre muito generoso e disposto ao serviço, ele recebeu a graça do santo batismo e pôs-se à frente dos graves cenários de perseguição para consolar os cristãos que eram presos, através de uma evangelização pelo testemunho que não podia ser proclamado.
Créditos: Bruna Marinho/cancaonova.com
Em uma homilia do Santo Papa João Paulo II, é mencionada a antiga Passio, escrita provavelmente por um autor romano por volta da metade do quinto século. De acordo com a escrita, Sebastião pertencia à guarda pessoal dos imperadores Diocleciano e Maximiano, organizara uma intensa ação de apoio físico e espiritual dos cristãos, que, por causa da sua fé, estavam no cárcere à espera do martírio. A essas manifestações de exemplar caridade, Sebastião acrescentava um corajoso testemunho de fé, que o levava a desenvolver uma capilar difusão da mensagem cristã junto dos soldados, dos magistrados e das famílias nobres. Por isso ele sofreu o martírio, deixando aos cristãos de todos os tempos o luminoso exemplo da sua vida, animada pela lealdade para com as autoridades civis, mas também pela clara afirmação do primado de Deus sobre todos os valores terrenos.
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São Sebastião é representado nas artes sacras pelo momento de sua primeira condenação à morte pelas flechadas, ordenada pelo imperador, que, descobrindo as ações de caridade e evangelização do soldado, mandou prendê-lo num tronco para ser alvo de tantas flechadas até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher que o conhecia, esposa de um mártir, aproximou-se dele e percebeu que ele ainda estava vivo. Ela cuidou das feridas de Sebastião que, após curado, continuou evangelizando até o ano de 288, quando foi duramente martirizado. São Sebastião atendeu de coração sincero ao chamado: “Filho, se pretendes servir ao Senhor, permanece firme na justiça e no temor e prepara-te para a provação” [1].
Que, neste dia de celebração, possamos nos lembrar de que é necessário passar por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus [2]. Façamos a oração a São Sebastião: “São Sebastião, que foste flechado pelo povo, mas também pelo amor divino, colocai em nós essa ferida de amor que não sara e não se cansa de procurar o amado de nossas vidas até as últimas consequências”.
São Sebastião, rogai por nós!
Que assim seja!
CITAÇÕES DO TEXTO BÍBLICO
[1] (Eclo 2,1-6); [2] (At 14,22).
REFERÊNCIAS
BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
CANÇÃO NOVA. Santo do Dia: São Sebastião, o soldado martirizado. Acesso em 27 dez. 2022.
FRANCISCO. Mensagem pelos 450 anos de fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Vaticano, 1 jan. 2015.
JOÃO PAULO II. Homilia na Santa Missa em comemoração a São Sebastião, padroeiro de Castel Gandolfo. Itália, 4 set. 1983.
