Papa João Paulo II: “Não devemos esquecer que o “éschaton”, isto é, o evento final, entendido de maneira cristã, não é só uma meta posta no futuro, mas uma realidade já iniciada com a vinda histórica de Cristo…
Sabemos, por outro lado, que as imagens apocalípticas do discurso escatológico [de Jesus, Mt 26, 64], a propósito do fim de todas as coisas, devem ser interpretadas na sua intensidade simbólica. Elas exprimem a precariedade do mundo e o soberano poder de Cristo, em cujas mãos está posto o destino da humanidade. A história caminha rumo à sua meta, mas Cristo não indicou qualquer prazo cronológico.
Aguardando a segunda vinda de Jesus
Ilusórias e desviantes são, portanto, as tentativas de previsão do fim do mundo. Cristo só nos assegurou que o fim não acontecerá antes que a Sua obra salvífica tenha alcançado uma dimensão universal através do anúncio do Evangelho: “Esta Boa Nova do Reino será proclamada em todo o mundo para dar testemunho diante de todos os povos. E então virá o fim” (Mt 24,14).
Jesus diz essas palavras aos discípulos preocupados por conhecer a data do fim do mundo. Eles teriam sido tentados a pensar numa data próxima. Jesus faz com que conheçam que muitos eventos e cataclismos devem acontecer antes e serão apenas “o princípio das dores” (Mc 13, 8). Portanto, como diz Paulo, toda a criação “geme e sofre nas dores do parto” aguardando com impaciência a revelação dos filhos de Deus (cf.Rom 8,19-20).
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O Pai confiou a humanidade a Jesus
A obra evangelizadora do mundo comporta a profunda transformação das pessoas humanas sob a influência da graça de Cristo. Paulo indicou a finalidade da história no desígnio do Pai de “reunir sob a chefia de Cristo todas as coisas que há no Céu e na Terra” (Ef 1, 10). Cristo é o centro do universo que atrai todos a Si para lhes comunicar a abundância da graça e da vida eterna.
Para Jesus o Pai deu “o poder de julgar porque é o Filho do Homem” (Jo 5, 27). Se o juízo prevê obviamente a possibilidade da condenação, ele contudo é confiado Àquele que é “Filho do Homem”, isto é, a uma pessoa plena de compreensão e solidária com a condição humana. Cristo é um juiz divino com um coração humano, um juiz que deseja dar a vida. Só o enraizamento obstinado no mal pode impedir-lhe fazer este dom, pelo qual Ele não hesitou enfrentar a morte” (L’Osservatore Romano, n.17 – 25/4/1998).