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Conheça mais sobre a intercessão dos Santos Anjos

Os Santos Anjos intercedem em vista da realização do desígnio de Deus, do cumprimento da missão de nosso Senhor Jesus Cristo na santificação e da salvação da nossa alma.

Os Santos Anjos são criaturas pessoais e imortais, puramente espirituais, dotadas de inteligência e vontade, que intercedem a Deus por nós. Eles são servos e mensageiros de Deus que “contemplam continuamente o rosto do meu Pai, que está nos Céus”, disse Jesus Cristo, o Filho de Deus (cf. Mt 18,10). Eles são os poderosos executores das ordens do Senhor, sempre atentos à Sua palavra (cf. Sl 103, 20).

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem os Seus planos salvíficos em relação às outras criaturas: ‘Ad omnia bona nostra cooperantur angeli – Os anjos prestam a sua cooperação a tudo quanto diz respeito ao nosso bem’”1. Nesse sentido, os anjos assistem a Cristo, Seu Senhor, e O servem, de modo particular, no cumprimento da Sua missão salvífica em relação a nós.

Creditos: umbertoleporini by Getty Images/cancaonova.com

A intercessão dos Santos Anjos

Os Santos Anjos, especialmente nosso Anjo da Guarda, têm a missão de nos proteger e de interceder por nós. Certamente que os anjos podem nos socorrer e nos livrar de grandes perigos, tragédias e males. No entanto, essa intervenção angélica não deve ser entendida, em primeiro lugar, no caso de acidentes e outros perigos, pois a missão dos anjos em relação a nós diz respeito, principalmente, à salvação da nossa alma.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, desde o início até a morte, as nossas vidas são acompanhadas pela assistência e intercessão dos anjos. “Cada fiel tem ao seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida. Desde este mundo, a vida cristã participa, pela , na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus”2.

A devoção aos Santos Anjos

Todos nós católicos podemos e, em certo sentido, devemos ter devoções aos Santos Anjos, especialmente ao Anjo da Guarda, a São Miguel, a São Rafael e a São Gabriel.

São Pio de Pietrelcina nutria grande devoção aos Santos Anjos, principalmente ao seu Anjo da Guarda. Desde a sua infância, não somente tinha devoção ao seu Anjo da Guarda, mas o via frequentemente e conversava com ele. Isso era tão normal para ele que, no início de sua vida, pensava que todos viam seus Anjos da Guarda.

Padre Pio recomendava aos seus dirigidos espirituais a devoção aos Anjos, como podemos ver no seguinte trecho de uma carta a uma moça chamada Anita: “Pelo amor de Deus, não se esqueça desse companheiro invisível [o Anjo da Guarda], sempre presente, sempre disposto a nos escutar e pronto para nos consolar. Ó deliciosa intimidade! Ó deliciosa companhia! Se pudéssemos pelo menos compreender isso (…)!”³.

São Pio beneficiou-se, desde a infância, da companhia de São Miguel Arcanjo, pois sua luta contra Satanás e o seu exército do mal começou quando ainda era criança. Ele também sempre recebeu a ajuda de São Miguel em seu apostolado. O Arcanjo era o seu guia para anunciar a verdade de Jesus Cristo e para desmascarar as mentiras que Satanás espalha pelo mundo, para a perdição das almas.

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Padre Pio!

Padre Pio desejava que, São Miguel, fosse conhecido como uma expressão do amor infinito de Deus, um exemplo superlativo de fé absoluta no Todo-Poderoso, especialmente pelos seus devotos e filhos espirituais. “Queria que todos pedissem a proteção do arcanjo vigilante e poderoso contra os enganos e as tentações de Satanás, que está sempre à espreita de todos. Ele queria que as pessoas se voltassem para São Miguel como um intercessor poderoso diante de Deus4.

Tendo em vista o desejo de São Pio de que essa devoção fosse propagada, Vincenzo Comodo, professor de Sociologia no Pontifício Ateneu Regina Apostolorum, de Roma, criou uma exposição itinerante chamada “A devoção especial do Padre Pio a São Miguel Arcanjo”. A amostra é composta de várias telas, que representam a presença de São Miguel na vida de Padre Pio desde a infância. A exposição conta testemunhos importantes de alguns dos seus filhos espirituais que receberam do Santo a indicação dessa devoção tão especial.

Padre Pio prezava tanto essa devoção ao Santo Arcanjo, que costumava dizer para todos os seus devotos e dirigidos espirituais: “Vão cumprimentar São Miguel e se colocar sob a proteção dele”5.

São Pio e outros santos não somente indicavam a devoção aos Santos Anjos, mas também incentivam vivamente a nossa devoção a esses seres angelicais, principalmente ao Anjo da Guarda e ao Arcanjo São Miguel.

A amizade com o Anjo da Guarda

O fim último de nossas vidas é alcançar a vida bem-aventurada no Reino dos Céus, e para chegar a esse fim, a amizade com o nosso Anjo da Guarda é muito importante, pois Deus nos deu o Anjo da Guarda como guia, amigo e irmão, justamente para nos conduzir à salvação!

A amizade com nosso Anjo da Guarda desenvolve-se em várias fases. Primeiramente, é necessário tomar consciência de sua existência, saber e compreender, mas também apreciar aquilo que a fé da Igreja Católica nos apresenta em beleza e importância a respeito desses seres angélicos. Depois, será necessário adquirir a capacidade de escutar nosso Santo Anjo, abrir-nos ao mistério da sua presença ininterrupta em nossas vidas para crescermos na amizade com ele. Nesse sentido, o que é mais importante para o desenvolvimento dessa amizade é o silêncio, a paz, a pureza e a simplicidade como atitude de vida. Além disso, precisamos aprender a obedecer ao Anjo da Guarda e tudo fazer com a sua cooperação. Um dos últimos degraus da amizade com o Anjo da Guarda é a nossa consagração a ele, que pode ser feita através da Obra dos Santos Anjos (Opus Angelorum).

Nosso Anjo da Guarda!

Assim, se desejamos crescer nessa amizade com o Anjo da Guarda, devemos também lhe oferecer algo: a prontidão de nos comprometer e de nos deixar guiar por ele, a fim de trilharmos o caminho da santidade. Trata-se de uma preciosa amizade, penhor de graças especiais que, de outro modo, não poderemos obter.

Por fim, se desejamos mostrar nossa gratidão ao Anjo da Guarda, podemos fazer aquilo que lhe agrada: nos dirijamos a ele muitas vezes em nossas orações; visitemos o Santíssimo Sacramento no sacrário, onde os Santos Anjos estão continuamente em adoração; observemos o silêncio e a solidão, tão necessários para a oração e o caminhar na presença de Deus; façamos obras de misericórdia espirituais e corporais; veneremos a Santíssima Virgem Maria, a Rainha dos Anjos, e os coros dos Anjos, especialmente o Anjo da Guarda e os três Arcanjos: São Miguel, São Rafael e São Gabriel; e incentivemos as pessoas a venerarem os Santos Anjos e a invocá-los com confiança!

Oração ao Anjo da Guarda: “Amigo mais fiel de todos” (da Obra dos Santos Anjos)

“Santo Anjo, amigo mais fiel de todos, a ti dei a minha mão para me conduzires!

Quando não houver mais vereda, sê tu a minha bússola, quando obscurecer à minha volta, sê tu a minha luz!

Quando perder o apoio, sê tu o braço sustentador, e quando me desalentar, sê tu o coração forte dentro de mim, e diz: ‘Fica tranquilo, pois Deus está em ti! E Maria, tua Mãe, colocou o seu manto em volta de ti, a fim de alcançar a meta; seguro e sem perigo, cheio de confiança‘.

Assim, Santo Anjo, quero descansadamente continuar o meu caminho contigo!”6.

1. PAPA JOÃO PAULO II. Catecismo da Igreja Católica, 350.
2.
Idem, 336.
3.
ALETEIA. O Padre Pio e os anjos da guarda.
4. Z
ENIT. A especial devoção do Padre Pio a São Miguel Arcanjo.
5.
Idem, ibidem.