A alegria do Carnaval
Nem sempre essa festa foi sinônimo de desregramento, pois a palavra Carnaval vem de currus navalis, o que significa que entre os gregos e romanos era feito um desfile em torno de um enorme carro em forma de navio, o qual era dedicado ao deus Dionísio ou Baco. Depois dos gregos, entre os romanos e os antigos celtas e germanos, havia solenidades pela entrada do ano civil.
Quando surgiu o Cristianismo, este deparou-se com tais comemorações, as quais, inclusive, tinham um caráter penitencial, ou seja, os pagãos queriam expiar faltas cometidas no ano anterior. “A Igreja procurou dar uma nova mentalidade a tais festas, expurgando toda mitologia e superstição, bem como a orgia, que, muitas vezes, predominava”, diz o Cônego José Geraldo (cf. cleofas.com/carnaval).
A Igreja, então, colocou o Carnaval em seu calendário, antes da Quaresma, para que, anterior ao tempo de penitência em que fazemos memória ao Cristo, o qual peregrinou pelo deserto e privou-se das necessidades de Seu corpo, os cristãos tenham um período de gozo e festa pelos dons da alegria e dos prazeres lícitos dados por Deus.
Percebemos assim, que o grande problema das festas de Carnaval de hoje não está no anseio das pessoas pela alegria, mas nos excessos e na permissividade que praticam.
A capacidade de sentir sabores, ter sensações, o riso, a dança, a celebração, a sociabilidade… Tudo isso é lícito perante a lei do Senhor e agrada muito a Ele ver Seus filhos podendo desfrutar a felicidade nessas formas. Encontramos, na Sagrada Escritura, o incentivo do Altíssimo para todos essas atividades.
Desvirtuação dos valores e da moral
Contudo, o que acontece nos eventos de Carnaval é quase sempre a desvirtuação dos valores e da moral, sem contar as ofensas a Deus.
Neste Carnaval, antes de decidir para onde vai ou o que vai fazer, devemos nos questionar: “O ambiente que pretendo ir promove, de alguma forma, a promiscuidade, o adultério e a dissolução da moral?”, “As demais pessoas que lá estarão, incluem Jesus Cristo em suas atividades?”, “Serei tentado a desrespeitar os mandamentos do Senhor?”.
Graças a Deus, existe a opção de vários retiros espirituais pelo nosso país, nos quais encontramos, além de intimidade com Deus em orações, pregações, adorações, muita música de qualidade, bailes, diversão, amigos e, quem sabe, boa comida, cores e luzes.
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A personificação da felicidade
O cristão não é um alienado no mundo, não vive recolhido em penitência como é a imagem que muitos têm de nós. Pelo contrário, somos pessoas que se encontram com a felicidade em Pessoa, pois Cristo é a personificação da felicidade!
O Carnaval é o tempo que a Igreja nos deu para celebrarmos o dom da alegria de forma virtuosa, encontrando toda a graça de sermos seres humanos por meio das coisas boas que trazem sabor à vida.
É bom celebrarmos agora, para melhor adentrarmos na Quaresma depois.
“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus. Tempo para chorar e tempo para rir; tempo para gemer e tempo para dançar” (Ecl 3,1-4).
Deus abençoe seu Carnaval!