Nosso Senhor Jesus Cristo nunca perde batalhas. A Igreja é vitoriosa
“No mundo tereis tribulações; mas confiai, Eu venci o mundo” (Jo 16,33), declarava o Senhor às vésperas da Sua aparente derrota na cruz. E a sua promessa estende-se à Igreja que fundou: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).
De todas as perseguições, a Igreja saiu purificada e engrandecida, de todas as falsidades ela triunfou. Enquanto os anticristos ruíam por si mesmos, ao longo destes vinte séculos, a eles ela sobrevivia.
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O poder de Deus
Georges Chevrot, na sua obra “Simão Pedro”, tem umas palavras que merecem ser reproduzidas: “Já em tempos de Santo Agostinho de Hipona, os inimigos da Igreja declaravam: “A Igreja vai morrer. Os cristãos tiveram a sua época”.
Ao que o bispo de Hipona respondia: “No entanto, são eles que morrem, todos os dias, e Ela continua de pé, anunciando o poder de Deus às gerações que se sucedem”.
“Vinte anos mais, dizia o infeliz filósofo francês Voltaire, e a Igreja Católica terá acabado.” Vinte anos depois, Voltaire morria e a Igreja católica continuava a viver. […]
Assim, desde Celso, no século III, não houve uma única geração em que os coveiros não se preparassem para sepultar a Igreja; e Ela vive.
O notável escritor Charles Forbes René de Tryon, conde de Montalember, dizia-o magnificamente, em 1845, na Câmara dos Pares: “Apesar de todos os que a caluniam, subjugam ou atraiçoam, a Igreja Católica tem, há dezoito séculos, uma vitória e uma vingança asseguradas: a sua vingança é orar por eles; a sua vitória, sobreviver-lhe’”.
Mesmo o doloroso espetáculo dos mártires não os deve desanimar, antes, o seu exemplo deve servir-nos de estímulo e orientação.
Martírio significa “testemunho” e, na verdade, trata-se do máximo testemunho da fé; por isso o Senhor associou a ele as mais sentidas promessas de glorificação e fecundidade.
Nos mártires, sementes de vida
Referindo-se aos mártires deste século que acaba de passar, João Paulo II dizia: “A Igreja encontrou sempre, nos seus mártires, uma semente de vida”. Sanguis martyrum, sêmen Christiano-rum (Tertuliano, Apologeticum 50, 13: PL 1, 534): esta célebre (lei) enunciada por Tertuliano, sujeita à prova da História, sempre se mostrou verdadeira.
Por que não haveria de sê-lo também no século e milênio que começamos? Talvez estivéssemos um pouco habituados a ver os mártires de longe, como se tratasse de uma categoria do passado, associado, especialmente, aos primeiros séculos da era cristã.
A comemoração jubilar descerrou-nos um cenário surpreendente, mostrando o nosso tempo particularmente rico de testemunhas, que souberam, ora de um modo, ora de outro, viver o Evangelho em situações de hostilidade e perseguição, até darem, muitas vezes, a prova suprema do sangue”.