A família é muito mais do que um simples grupo de pessoas unidas de qualquer jeito e vivendo juntas na mesma casa. É muito mais do que isso, ela é a célula mãe da humanidade. Quando Deus quis que a humanidade existisse, projetou-a baseada na família, por isso ela é sagrada. Não foi um Papa, um Bispo ou um Cardeal que a instituiu, mas o próprio Deus, para que ela fosse o berço e o escudo de proteção da vida humana na Terra.
A missão da família
Marcada pelo sinete divino, a família, em todos os povos, atravessou os tempos e chegou até nós no século XXI. Só uma instituição de Deus tem essa força. Ninguém jamais destruirá a força da família por ser ela uma instituição divina. Para vislumbrar bem a sua importância, basta lembrar que o Filho de Deus, quando desceu do céu para salvar o homem, ao assumir a natureza humana, quis nascer numa família.
O Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, chamou a família de Santuário da vida (CF 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como de uma nascente sagrada e é cultivada e formada. É missão sagrada da família guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.
Na visão bíblica, homem e mulher são chamados a, juntos, continuarem a ação criadora de Deus e a construção mútua de ambos, gerando os seus filhos amados.
Este é o desígnio de Deus para o homem e para a mulher: juntos, em família, crescer, multiplicar, encher a Terra, submetê-la. Vemos aí também a dignidade baseada no amor mútuo, a qual leva o homem e a mulher a deixar a própria casa paterna para se dedicarem um ao outro totalmente. Esse amor é tão profundo, que dos dois se faz um só, uma só carne, para que possam juntos realizar um grande projeto comum: a família.
A família é a marca de Deus na Terra
Daí, podemos ver que sem o matrimônio forte e santo não é possível termos uma família forte segundo o desejo do coração de Deus. Isso nos faz entender também que a celebração do sacramento do matrimônio é a garantia da presença de Jesus na família que ali começa, como nas Bodas de Caná.
Como é doloroso perceber, hoje, que muitos jovens, nascidos em famílias católicas, já não valorizam mais esse sacramento e acham, por ignorância religiosa, que já não é importante subir ao altar para começar uma família!
Ao falar da família no plano de Deus, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que ela é “vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC §2205).
Essas palavras indicam que a família é, na Terra, a marca (vestígio e imagem) do próprio Deus que, por meio dela, continua a Sua obra criadora. É muito mais que um mero grupo de pessoas.
Se destruirmos a família, destruiremos a sociedade
O futuro da sociedade e da Igreja passam inexoravelmente por ela. É ali que os filhos e os pais devem ser felizes. Quem não experimentou o amor no seio do lar terá dificuldade para conhecê-lo fora dele. Os psicólogos mostram quantos problemas surgem com as pessoas que não experimentaram o amor do pai, da mãe e dos irmãos.
“A família é a comunidade na qual, desde a infância, pode-se assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente da liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC §2207). Ela é a “íntima comunidade de vida e de amor” (GS, 48).
Toda essa reflexão nos leva a concluir que cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unir em matrimônio e constituir uma nova família não podem fazer isso levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total, fiel, madura, responsável até a morte. Se destruirmos a família, destruiremos a sociedade. Por isso, é fácil perceber, cada vez mais claramente, que os sofrimentos das crianças, dos jovens, dos adultos e dos velhos têm a sua razão na destruição dos lares.
Cabe aqui uma pergunta: Como será possível, num contexto de grande imoralidade de hoje, insegurança, ausência de pai ou mãe, garantir aos filhos as bases de uma personalidade firme e equilibrada, e uma vida digna com esperança?
Fruto da permissividade moral e do relativismo religioso de nosso tempo, é enorme a porcentagem de famílias destruídas e de pseudofamílias, gerando toda sorte de sofrimentos para os filhos. Muitos crescem sem o calor amoroso do pai e da mãe, carregando consigo essa carência afetiva que se desdobra em tantos problemas e frustrações.
Comunidade de amor
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Podemos resumir toda a grandeza, importância e beleza da família nas palavras do saudoso Papa João Paulo II na Encíclica Evangelium Vitae: “No seio do ‘povo da vida e pela vida’, resulta decisiva a responsabilidade da família: é uma responsabilidade que brota da própria natureza dela – uma comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio – e da sua missão, que é ‘guardar, revelar e comunicar o amor'” ( FC 17).
Muito mais do que um simples grupo de pessoas, unidas de qualquer forma e vivendo juntas, a família, o berço da humanidade segundo o desejo de Deus, é o fruto da união de um homem e de uma mulher, unidos pelo matrimônio e pelo amor para sempre, vivendo a fidelidade, indissolubilidade e gerando os filhos de Deus.