Qual é o significado da Santa Missa?
A Santa Missa é o ponto central da nossa fé. É a celebração da Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Cristo, que se presentifica sobre o altar. É importante relembrar que não é uma “lembrança” apenas do que se passou com Jesus, e sim a “presentificação” do mesmo e único Calvário. Isso se faz presente pela ação do próprio Cristo, uma vez que, Ele atua por meio do sacerdote celebrante.
Não é um ato de “multiplicação” do Calvário, mas o mesmo e único sacrifício do Senhor que se renova. As ações de Cristo são “teândrica”, isto é, divinas e humanas. Por isso, não podem ser destruídas pelo tempo, como acontece com nossas ações meramente humanas. Nós, criaturas, estamos sujeitas ao tempo, Deus não; pois Ele é o Senhor do tempo.
A finalidade da Santa Missa é oferecer a Deus Pai o sacrifício de Cristo, único e perfeito para:
1-Honrar e glorificar a Majestade Divina;
2-Agradecer os dons e graças que recebemos de Deus a cada instante;
3- Pedir perdão dos nossos pecados;
4- Pedir as graças para chegarmos à vida eterna com Deus.
Os pais precisam ser exemplo
Outras intenções podem ser colocadas. Por Cristo, no Espírito Santo, oferecemos a Deus toda honra e glória devidas. Pela importância fundamental da Santa Missa, a Igreja obriga que a criança, após a Primeira Comunhão, participe da Missa ao menos no domingo; e os pais devem cuidar disso com esmero. Nessa idade, a criança já tem o uso da razão e pode entender as explicações sobre a celebração. Evidentemente, não é fácil fazer uma criança entender isso com profundidade e, consequentemente, participar da Santa Missa com a devida atenção e devoção. Isso deve ser atingido em processo lento de catequese, que deve se iniciar com os pais e se completar na preparação para a Primeira Comunhão.
Em primeiro lugar, os pais precisam conhecer bem o que é a Santa Missa. Entender as partes da Missa (entrada do sacerdote; ato penitencial; oração da coleta; liturgia da Palavra; homilia; o Credo; oração da comunidade; oração Eucarística e consagração; transubstanciação do pão e do vinho; ação de graças e conclusão). Há bons livros que explicam, detalhadamente, a Missa para os pais e catequistas. O melhor que eu conheço é o do Bispo italiano Dom Raffaello Martinelli, “Eucaristia, pão da vida eterna” (Editora Cultor, SP). Posso também indicar um livro para explicar a Missa para as crianças: “A História da Missa”, de Filipe Santos (Ed. Cléofas, Lorena, SP).
Entender cada parte da Missa é fundamental
As crianças só participarão da Santa Missa com a devida atenção e devoção se entenderem o seu profundo significado para a nossa salvação, se lhes explicarmos, detalhadamente, o significado de cada gesto, ato e palavra da liturgia da celebração da Missa. Os livros citados acima dão uma boa explicação de cada parte da Missa. É fundamental que a criança entenda cada parte da liturgia e seu significado, e isso exige dos pais um zelo carinhoso e paciente para com ela.
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Ajuda dos santos
Os santos nos ensinam o valor fundamental da Santa Missa, e isso pode e deve ser ensinado às crianças, numa linguagem adequada à idade delas. Coloco aqui alguns pensamentos importantes que os pais podem usar neste trabalho:
“Pelo martírio, o homem oferece a Deus sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens” (Santo Tomás de Aquino).
“Uma só Missa, a que houveres assistido em vida, será mais salutar que muitas a que os outros assistirão por ti depois da morte” (Santo Agostinho).
“Nenhuma língua humana pode exprimir os frutos de graças, que atrai o oferecimento do Santo Sacrifício da Missa” (São Lourenço de Bríndise).
“Cada Santa Missa a que assistires, alcançar-te-á, no Céu, maior grau de glória” (São Jerônimo).
“A Santa Missa é a obra na qual Deus coloca sob os nossos olhos todo o amor que Ele nos tem; é, de certo modo, a síntese de todos os benefícios que Ele nos faz” (São Boaventura).
“A Missa é o sol da Igreja” (São Francisco de Sales).
“Após a consagração, eu tenho visto esses milhares de anjos formando a corte real de Jesus, em volta do tabernáculo, eu os tenho visto com meus próprios olhos” (São João Crisóstomo).
“Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos, para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição” (São Francisco de Sales).
“Como nós devemos ouvir a Santa Missa? Como a assistiam a Santa Virgem Maria e as Santas mulheres. Como São João assistiu ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício sangrento da Cruz” (São Pio de Pietrelcina).
“Eis o meio mais adequado para assistir com fruto à Santa Missa: consiste em irdes à Igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.” (São Leonardo de Porto Maurício).
“Você diz que a Missa é longa, mas eu acrescento: porque seu amor é curto” (São Josemaría Escrivá).
No que consiste a comunhão espiritual?
Santo Afonso Maria de Ligório nos explica muito claramente: “consiste no desejo de receber a Jesus Sacramentado e em dar-Lhe um amoroso abraço, como se já o tivéssemos recebido”. Essa devoção é muito mais proveitosa do que se pensa e muito fácil de realizar. Há fórmulas que nos ajudam a fazê-la como, por exemplo, esta, que é da lavra do mesmo santo:
“Ó Jesus meu, creio que estais presente no Santíssimo Sacramento, Te amo sobre todas as coisas e desejo receber-Te em minha alma. Já que, agora, não posso fazê-lo sacramentalmente, venha, ao menos, espiritualmente a meu coração. Como se já tivesse recebido, abraço-Te e me uno todo a Ti. Não permitais, Senhor, que volte jamais a abandonar-Te. Amém”.