Essa foi a pergunta que chegou a nós. A resposta não é fácil, mas “Para Deus tudo é possível” (…).
Vamos lá!?
Em primeiro lugar, mantenha forte a sua fé. Pois esse é o ponto de partida, ou seja, manter-se um pai ou mãe firme na fé; constante numa vida de oração que sustente você e sua família.
Tenha uma fé regada diariamente pela Palavra de Deus lida e rezada; pela Eucaristia que você comunga durante a missa (quanto mais dias na semana puder, melhor).
A Eucaristia adorada – estar diante do Santíssimo sacramento nos refaz, nos consola, nos reabastece para a luta. É como o Sol para as vitaminas que o corpo precisa: basta estar diante d’Ele.
Reze o terço diariamente.
Esteja em dia com a confissão, de tal maneira que lhe mantenha em estado de Graça (depende dos seus pecados – alguns precisam confessarem-se uma vez por semana; outros, de 15 em 15 dias, e ainda outros uma vez por mês). Manter-se em estado de Graça, sem pecado mortal e fazendo faxina, sempre que possível, dos pecados veniais – só assim para vencê-los, pois são bem insistentes, não é?
Faça jejum por seu filho
E, por fim, uma arma poderosa na oração, um pouco esquecida por muitos: o jejum.
Em Medjugorje, perguntaram a uma freira* que acompanha as aparições de Nossa Senhora: “Não sei mais o que faço com meu filho. Eu vou a Missa, rezo o terço (…)”. A freira em questão lhe perguntou: “Você jejua por ele?” – Ela disse: “Não” – Pois é, um dos pedidos de Nossa Senhora em Medjugorje é o jejum”, e em quase todas as outras aparições, onde quer que seja, Ela pede penitência, algo que nos custa muito no mundo de hoje. Vamos retomar?
Com uma fé forte assim, Santa Rita de Cássia, ao ver que seus filhos adolescentes estavam sendo treinados pelo tio para matarem o assassino de seu pai, rezou assim: “Senhor, se meus filhos forem cometer este pecado mortal, leve-os antes”. Essa oração não é fácil de fazer, mas funcionou. Chegou no local onde moravam uma peste que atacou a muitos. Os seus dois filhos ficaram doentes e tiveram que ser cuidados pela mãe. Diante daquele sofrimento que a doença lhes impunha, pediram perdão pelo ato que planejavam cometer. Ali, naquela doença contagiosa e inesperada, os dois morreram, antes de cometerem o assassinato programado.
De certa forma, Santa Rita fez a oração de São Domingos Sávio, mas endereçada aos seus filhos: “Antes morrer do que pecar”.
Aproxime seu filho da Igreja e não os afaste
Em segundo lugar, não fazer com que eles odeiem a fé que você tem. É isso mesmo! Às vezes, devido ao nosso desespero para que se convertam, acreditem e sigam conosco a fé que sabemos que os levará à salvação, várias vezes ao dia, nós enfiamos a nossa fé ‘goela abaixo’ em nossos filhos. Já fiz isso e falo por experiência: esse é o modo que não funciona.
Mas vamos ao que pode funcionar com a Graça de Deus e depende muito da idade.
O certo é começar introduzindo a fé na infância como algo belo, divertido, agradável de fazer e de estar (nem sempre é fácil e dá certo, mas sempre tentar e retomar).
Na infância, ler histórias bíblicas coloridas, na linguagem deles, colocar para assistirem aos canais do YouTube que tenham desenhos cristãos, programas cristãos, músicas cristãs alegres, próprias para a idade deles. Aqui, na Canção Nova, por exemplo, temos muitas opções. E o testemunho dos pais de como as crianças reagem, gostam, se divertem e esperam ansiosas pelos novos episódios é uma prova de que está dando certo.
Então, você me diz: “Não é meu caso! Eles já estão na adolescência ou na juventude e não tiveram essa oportunidade na infância, ou, se tiveram, de alguma forma, perderam a fé por inúmeras influências negativas”. E agora?
Bom, seguindo a regra acima do primeiro lugar (a sua fé), pedir a sabedoria a Deus, pedir a intercessão do anjo da guarda dele ou dela e, lógico, a intercessão constante de Nossa Senhora. Estar em constante intercessão com tudo que já dissemos acima.
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Porém, quanto à ação, o primeiro passo é amar. Ouvi da minha filha de 17 anos: “Mãe, antes de falar de Deus para os jovens, eles precisam se sentirem amados, acolhidos”. Então, como você tem amado seu filho ou filha?
Em vez de levá-lo para Deus a base da força, traga Deus a ele com gestos concretos. Deixe bilhetes na cama antes dele dormir, fazendo algum elogio ou falando do seu amor, termine-o com um versículo bíblico falando do amor de Deus. Ame fazendo uma comida que ele goste, dê uma surpresa sem ele esperar e, naquele momento, dê um beijo e diz: “Fiz pra você!”.
Não existe um manual para isso. Existem experiências que vivemos, que ouvimos de outras mães que viveram, então, vamos experimentando, com o dom do discernimento, uma atitude para cada momento certo. Corrigir fora do momento da raiva ajuda muito, pois, depois que passar a sua raiva, você vai conseguir formar, orientar e até pedir que ele diga o lado dele da situação. E aí você tem material para agir em outras oportunidades. Você precisa conhecer o terreno para plantar corretamente.
Experiências que podem ajudar
Segue uma experiência para aguçar a sua criatividade e sua busca de inspiração em Deus.
Vivemos aqui em casa, mais de uma vez (por uma inspiração que veio na oração), alguns momentos interessantes que deram muito certo.
Uma das vezes, foi num final de ano, conversei com meu esposo e, juntos, chamamos os filhos já na adolescência, uns 13 e 14 anos, para este convite: cada um iria escrever num papel três pontos em que o outro (pai, mãe, irmão), precisava melhorar no ano que ia começar.
Nós, pais, aproveitamos para colocar (de maneira educada e motivadora) os pontos os quais sabíamos que uma mudança era urgente. Contudo, por outro lado, fomos surpreendidos com a sinceridade deles em dizer o que nós pais (cada um separado) precisávamos melhorar. Falaram também um do outro (os irmãos). Foi uma experiência forte. Cada um de nós leu em voz alta o papel que recebeu um do outro, em que dizia o que cada um precisava mudar. Foi um misto de humilhação, risos, vergonha, mas também de motivação, pois, falando em voz alta, nos comprometemos com aquelas mudanças que nos foi pedida para uma melhor convivência em casa.
Semeie a fé
Com essa “dinâmica” pudemos entender como eles viam algumas de nossas atitudes e o quanto para eles aquelas atitudes não eram positivas, não ajudavam em nada. Apenas serviam para entrar por um ouvido e sair pelo outro. Tivemos um conhecimento para mudar a tática.
Outra coisa que fazemos é “do nada”, em algum momento aleatório, contamos uma descoberta, uma curiosidade sobre nossa fé. Coisas que aguçam a curiosidade deles e desafia a “inteligência virtual tão bem formada” que eles trazem consigo. Por exemplo: “Gente, sabe o quê descobri? A história verídica da bomba de Hiroshima que matou muitos e deixou sequelas graves em muitos outros, sabem ‘né’? Mas, num convento de freis ali, naquele lugar, o mais perto, não aconteceu nada. Cientistas e médicos fizeram exames por anos porque não acreditavam naquilo, e eles não tiveram nenhuma sequela em todos os anos de exames. Quando perguntaram, sabe o que disseram? “Só pode ser porque aqui nós rezamos o terço todos os dias!”. Fala sério! O terço venceu uma bomba nuclear conhecida historicamente. Não deve ser pouca coisa não, hein?!”.
Fala e pergunta para o esposo (na frente deles):“você sabia disso?”, continuem a conversa e deixa para ver o que acontece. São sementes que precisamos jogar de maneira sábia, criativa, alegre, despojada.
Pesquise histórias de ateus que se converteram e o porquê? Pesquise milagres ligados à nossa fé. Procure versículos bíblicos que passem uma mensagem, mas que digam do que vivemos hoje; e fala: “Meu Deus, a bíblia é viva mesmo! Parece que isto foi escrito pra hoje”. Reze o terço em lugar visível, mas não com ar de superioridade. Leia a bíblia em lugar visível e convide para um retiro de jovem que ficou sabendo, porém, se não aceitar, não force. Dê livros que falem a linguagem dele, mas também reaviva a fé.
.: Sugestão de leitura – Livro #Adolescente de quase tudo um pouco
Nossa! Tenho que parar de escrever porque as possibilidades são inúmeras, também as situações são inúmeras e diferentes em cada família.
Não podemos perder a esperança. Semeie sementes de fé… E elas, no momento certo, florescerão e darão muitos frutos.
Se o caso for grave demais, peça a intercessão de Santa Rita, e com uma coragem que só Deus pode nos dar, rezemos: “Senhor, se for se perder, perder a salvação, leve-o primeiro”.