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Vocação: a vida monástica

 Seguir a cruz de Cristo

A Vida Monástica define-se pela escolha de um modo de vida que é ao mesmo tempo marginal e implicitamente crítico em relação à sociedade de consumo. Não é uma fuga, mas um despojar-se de si mesmo para tomar a cruz e seguir o Cristo. A comunidade, “Escola do serviço do Senhor”, reúne-se em torno de um pai, o Abade, sinal de Deus, que é Pai.

Vida monástica. Uma foto horizontal mostra uma placa de madeira preta e rústica na entrada de um mosteiro. A placa tem o formato de um escudo com uma cruz à esquerda. As letras brancas na placa dizem Mosteiro da Transfiguração.

Créditos: Mosteiro da Transfiguração, Santa Rosa – RS / transfiguracao.com.br

Na vida comunitária, o monge aprende a arte de perdoar e amar e de permitir que sua personalidade gradualmente se complete com as riquezas dos outros. Esse processo de crescimento alimenta-se no diálogo constante, pessoal e comunitário com Deus na oração – verdadeira respiração vital da presença do Espírito Santo de Deus.

E à oração une-se, naturalmente, o trabalho manual ou intelectual, realizado por todos em espírito de oferenda e como serviço aos homens.

Sendo alguém que busca a Deus, o monge se dispõe a um contínuo e entusiasmado processo de conversão no dia a dia de sua vida comunitária. Ele não foge do mundo, nem o odeia, mas dele se afasta.

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Renuncia a si mesmo e aos bens que poderia obter para si no mundo, para seguir a Cristo no deserto, lugar de sofrimentos e tentações, mas também de autenticidade e encontro. Assim, colocando-se a certa distância da sociedade, livre de suas convenções e imperativos, o monge entrega-se totalmente ao Cristo.

Assume uma caminhada em busca da sabedoria de uma tradição espiritual, que lhe é transmitida por um mestre e uma comunidade.

Toda essa caminhada conduz, pela graça, a uma transformação interior e a um aprofundamento da consciência e da percepção, chegando-se a uma experiência no mais profundo do ser.

A vida do monge é toda alicerçada na , por meio da qual ele experimenta, constantemente, a Morte e a Ressurreição em Cristo, com tudo o que isso implica: despojamento, humildade, paz, serviço, alegria, liberdade. Dentro do Mosteiro, o monge permanece aberto às necessidades dos homens e ao acolhimento. É livre para encontrar e amar a todos. E quer ser, segundo a vontade de Deus, um instrumento de seu Reino.

A Nossa função no Corpo Místico de Cristo – A Igreja

O monge faz sua e participa da missão de Cristo e da Igreja mediante sua doação pessoal a Deus e fidelidade à vida monástica. Seu apostolado está em seu coração orante e purificado, no qual se encontram as alegrias e tristezas de toda a família humana. O mosteiro é sinal silencioso da presença transcendente de Deus entre os homens.

É uma profecia da comunhão com Deus a qual Cristo nos convida. “O Reino Deus está no meio de vós” (Lc 17,21). Com sua oração, sustenta, misteriosamente, a missão de toda a Igreja, permanecendo diante do Senhor dia e noite. Usando as célebres e sábias palavras de Paulo VI: “Os mosteiros são como que “os pulmões da Igreja”.

Não realizamos obras de apostolado fora dos muros do mosteiro. No entanto, nossas portas estão sempre abertas para o povo.

Aqueles que vêm ao mosteiro são convidados a compartilhar conosco do clima de solidão e silêncio, no qual floresce a lembrança de Deus e a oração pura e contínua. Pela hospitalidade, o mosteiro compartilha o fruto de sua contemplação e trabalho. É uma hospitalidade aberta a todos, sem distinção.

“Todos os hóspedes que chegarem ao mosteiro sejam recebidos como o Cristo, pois Ele próprio irá dizer: ‘Fui hóspede e me recebestes’” (rb.53,1).

Mosteiros: sinais de comunhão

“Os mosteiros foram e continuam a ser, no coração da Igreja e do mundo, um sinal eloquente de comunhão, lugares para acolher todas as pessoas que estão buscando Deus e as realidades espirituais, escolas de fé e verdadeiros centros de estudos, de diálogo e de cultura para a edificação da vida eclesial e da cidade terrena, à espera da cidade celeste. (…) O monaquismo ocidental, em sua forma atual, inspirado por São Bento, recolhe a herança de tantos homens e mulheres que, renunciando à vida levada no mundo, procuraram a Deus e a ele se dedicaram, ‘sem nada antepor ao amor de Cristo’ (rb.4,21)” (Vita Consecrata, 6).

Esta maneira de viver é, para os hóspedes, um sinal profético e escatológico capaz de tocar seus corações e provocar um questionamento positivo, a ponto de gerar uma mudança de vida. A vida monástica é para os homens de hoje uma ‘água viva’ do Cristo, a única que poderá saciar a sede dos homens.

Num mundo no qual o “falar” se tornou algo muito cultivado e o “ouvir”, negligenciado, o mosteiro assume um importante papel no acolhimento das pessoas, que desejam partilhar suas dificuldades, anseios, alegrias e tristezas.

Nós nos dispomos a recebê-las para o aconselhamento espiritual, atendimento de confissões ou, simplesmente, para ouvir aquele que precisa falar.

O Mosteiro da Transfiguração pertencente à Congregação Beneditina de Subiaco, vive sob a Regra de São Bento e foi fundado na diocese de Santo Amaro (SP), em 1996, pelo monge Dom Cristiano Collart, OSB (Mosteiro de Mosteiro São João Evangelista fundação de Maredsous – Bélgica). No final de 1999, o mosteiro foi transferido para a diocese de Santo Ângelo na cidade de Santa Rosa (RS).

Maiores informações:  Mosteiro da Transfiguração

Equipe de Formação da Canção Nova