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A oração de intercessão não é passiva, mas ativa como Jesus

Quando falamos de oração de intercessão, é possível nos lembrarmos de grandes homens e mulheres da Bíblia, dos santos e da nossa própria oração. Já reparou que sempre rezamos por alguém? Sempre nos pedem oração ou a pedimos para alguém?

Primeiramente, ao falar de intercessão, lembremo-nos de Abraão. A cidade de Sodoma estava para ser destruída, mas devido à intervenção e à intercessão desse homem que “negocia” com Deus – “Se houver cinquenta justos… quarenta… dez justos” –, o Senhor lhe responde: “Por causa dos dez não a destruirei”(cf. Gn 18,16-33). Assim, graças à intercessão de Abraão, a cidade não foi destruída.

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“A intercessão é uma oração de petição que nos conforma de perto com a oração de Jesus”

O grande Moisés foi outro homem que se colocou em defesa do povo. Deus o havia chamado para ir à frente, para libertar os filhos de Israel da escravidão do faraó. Primeiro, Moisés, em nome do Senhor, foi até o faraó e pediu a liberdade de seu povo (cf. Ex 5,1). Vários sinais foram realizados para que ele se convencesse de que aquela era a vontade de Deus: o cajado que se transformou em serpente, a água que virou sangue, além de pragas como rãs e gafanhotos (cf. Ex 7-12). Apenas com a morte do seu primogênito o faraó deixou o povo partir, mas, depois, o perseguiu (cf. Ex 14).

Num segundo momento, Moisés já não mais pedia ao faraó, mas passou a pedir a Deus pelo povo. Após a libertação, infelizmente, esse manifestou a sua ingratidão a Deus e a Moisés, pois passou a murmurar por causa do alimento (Ex 16,3), reclamar pela falta de água. Moisés clamou ao Senhor e, então, puderam beber da água (Ex 17,2-7). O profeta intercedia, pedia e colocava-se diante do Senhor em favor de seu povo.

Temos também mulheres que intercederam, que se colocaram em favor do povo, como Ester, que orou pelos seus (cf. Est 4, 17n-17kk). Judite fez o mesmo (cf. Jd 9). Maria, na festa das bodas em Caná, disse: “Fazei tudo o que ele vos disser!” (cf. Jo 2,5).

“A intercessão é uma oração de petição que nos conforma de perto com a oração de Jesus” (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 2634). “Ele é o único intercessor junto ao Pai em favor de todos os homens” (cf. Rm 8,34). Ele é o Cristo, o enviado de Deus para interceder por todos até as últimas consequências ao viver a Paixão. Jesus intercedeu tanto por nós, que deu a vida d’Ele para que vivêssemos.

A intercessão é em favor do outro

Ora, os intercessores foram homens e mulheres que se colocaram diante de Deus em favor dos necessitados, como fez Jesus. Assim, se pedirmos oração ou se orarmos pelo outro, já estaremos vivendo a intercessão. Temos ainda a riqueza, como nos ensina a Igreja, de pedir a intercessão daqueles que morreram santamente, que estão com Deus: os santos. Na profissão de fé, rezamos “creio na comunhão dos santos“, ou seja, esses que estão com o Senhor podem pedir por nós que estamos aqui, e é necessário deixar bem claro que é sempre Jesus quem realiza os feitos.

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Por que intercedemos?

Primeiro, para imitar Cristo, que intercede por nós junto do Pai. Ele quer a nossa salvação e, uma vez que fomos alcançados e amados por Ele, passamos a segui-Lo e imitá-Lo. Mas como O imitamos? Intercedendo pelo nosso próximo, confiando que Ele pode tudo, que nada Lhe é impossível (cf. Lc 1,37).

Oramos em favor do outro, porque também entendemos que não devemos pedir apenas para nosso próprio benefício. A oração de intercessão não é passiva – o necessitado lá e eu aqui –, mas ativa como Jesus, que ia ao encontro de Seus semelhantes, que nada quis para si, mas se entregou pelo outro, “amou-os até o fim” (cf. Jo 13,1). Ativamente, intercedamos pelo próximo indo ao encontro dele.