Somos o resultado de joelhos dobrados, lágrimas derramadas, esperas dolorosas, orações devocionais direcionadas exclusivamente ao nosso nome, eucaristias comungadas, missas celebradas cuja meta era a manifestação do poder do Espírito em nossa história. Por algum tempo – ou por muito tempo – alguém concentrou orações em sua intenção. Foram pessoas que empenharam muito amor em forma de oração por sua vida, que ofertaram madrugadas em preces, que iam àquela igreja para adorar o Santíssimo Sacramento e se esqueciam de si mesmas e de seus projetos pessoais – tudo isso para que o Senhor favorecesse você. Algumas dessas pessoas talvez nem estejam mais convivendo com você, pois já habitam na Glória, mas o desejo delas sempre foi ver você vivendo em Deus.
É bem provável que esteja agora passando um filme em sua memória, retratando pessoas que pagaram um alto preço em forma de oração por você, não é mesmo?
Oração é cuidado de Deus
Isso é amor que não se mede. A isso damos o nome de cuidado de Deus. Ele transcorre de forma ininterrupta: mesmo quando descuidamos das coisas do Alto, o Senhor encontrou na disponibilidade dessas pessoas um jeito de cuidar de nós. É o cumprimento da Palavra do salmista: “Ele não nos mediu segundo as nossas faltas” (Sl 103,10).
Reconhecendo e agradecendo ao Senhor e a essas pessoas todo bem que nos foi entregue, é hora de você avançar e se comprometer tanto quanto fizeram com você. É hora de Deus fazer uso da sua oração e da sua vida para atingir outras vidas com Seu amor.
O povo que depende de nossas preces precisa ver em nós o resplendor do Pai, precisa enxergá-lo em nós antes que preguemos, cantemos, ministremos, celebremos o resultado de nossa adoração a sós com o Pai. Essas pessoas anseiam contemplar em seus ministros o mesmo que aconteceu com Moisés, descendo do Sinai após uma fecunda adoração (Ex 34,29-35).
Como temos saído da adoração?
A pele de seu rosto resplandecia porque havia falado com Ele (Ex 34,29).
Moisés não havia dito uma palavra sequer a Aarão e aos israelitas, mas os olhos daqueles que estavam na planície comprovaram os efeitos de seu encontro com o Eu Sou na montanha da adoração.
Como iremos influenciar pessoas para que elas refaçam sua aliança com o Senhor, se a nossa adoração a Ele tem sido descompromissada, periférica?
É preciso fecundidade na adoração. Nela, o Senhor se revela e entrega Seus mistérios. Na adoração, os corações são avivados e as almas resplandecem; o efeito é um rosto que reluz o brilho do Avivamento. Em suma: quer impactar a humanidade? Adore!
A tarefa fundamental da evangelização da sociedade é o desafio de tornar Deus visível no rosto humano de Jesus (Papa Bento XVI, 8.9.2006).
Que em sua lectio você assuma a urgência de se constituir um profético intercessor. Peça ao Espírito Santo que lhe dê novo sabor na sua adoração. A terra precisa do brilho da sua adoração; as pessoas que o Senhor lhe confia na evangelização aguardam o brilho de Deus em você.
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Aprendendo com quem já está lá
Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes.
Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o poucas vezes.
Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado.
Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes.
Quereis vencer o demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus.
Quereis ser vencidos? Deixai de visitar a Jesus.
(Dom Bosco)
Lectio divina: Habacuc 3,2-4
Senhor, ouvi falar de tua fama: Senhor, vi tua ação! No meio dos anos realiza-a, no meio dos anos, manifesta-a, na ira lembra-te da compaixão. O Senhor vem de Temã, o Santo do monte Farã, seu resplendor eclipsa o céu, e a terra se enche de seus louvores, seu brilho é como o sol, sua mão cintila, velando seu poder.
Trecho extraído do livro “Do céu pra você”, de Evandro Nunes.