Quando o jovem Davi se dispôs a brigar com o gigante Golias, o rei Saul emprestou sua armadura de aço, seu escudo e sua espada, porém, o pastor de Belém não podia nem caminhar com tanto peso (cf. 1Sm 17, 38-39). Ele teve de renunciar às armas reais e brigar com sua funda e cinco pedras de arroio. Davi não derrotou Golias com as armas do rei Saul, e sim com as suas próprias.
Deus também ordena ao juiz Gedeão que se sente incapaz de enfrentar uma batalha contra os madianitas: “vai e, com essa força que tens, livra Israel das mãos dos madianitas” (cf. Jz 6,14).
Vamos enfrentar a batalha com toda nossa força, mas só com a força que temos. Ali está o segredo da nossa vitória.
Moisés, por sua parte, estava acostumado a apascentar o rebanho de seu sogro Jetro e vivia na rotina e na melancolia. Até que, um dia, se atreveu a dar um passo ao fascinante mundo do desconhecido e foi “para além do deserto” para encontrar um novo sentido à sua existência (cf. Ex 3,1).
Aprenda a lutar com suas próprias armas
Era uma vez um grande músico chamado Nicolo Paganini, nascido em Gênova, Itália, em fins do seculo XVIII, que foi considerado o melhor violinista de todos os tempos.
Certa noite, o palco da Scala de Milán estava repleto de admiradores sedentos para escutá-lo. Paganini colocou seu violino no ombro e o que se escutou foi indescritível: tons graves que se misturavam com fins agudos. Fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias, pareciam ter asas e voar ao contato de seus dedos encantados. De repente, um ruído estranho surpreendeu a todos. Uma das cordas do violino de Paganini havia se rompido. Paganini continuou tocando e arrancando sons deliciosos de um violino com problemas.
Pouco depois, a segunda corda do violino de Paganini se rompeu. Como se nada tivesse acontecido, Paganini esqueceu as dificuldades e continuou criando sons do impossível. Pela sobrecarga do esforço, uma terceira corda do violino de Paganini se rompeu. E ele continuou produzindo melodiosas notas.
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No concerto da vida, se rompem as cordas de nosso violino quando se deteriora a saúde; quando perdemos, de repente, pessoas queridas; quando um amigo nos traí e outras mil formas imprevistas. De qualquer maneira, o músico deve continuar tocando, inspirado na criatividade e na perseverança.
Aja como puder agir!
Mesmo que as cordas se rompam, seguiremos sem nos deter e florescerão qualidades ocultas que nem nós sabíamos que existiam em nosso interior. Então, os outros se emocionam e se motivam porque percebem que, se alguém pode tocar seu instrumento musical em meio às dificuldades, eles também acreditam que podem fazê-lo.
Quando estiver desanimado, nunca desista, pois ainda existe a corda da constância para tentar uma vez mais, dando um passo “mais além” com um enfoque novo. Enquanto tiver a corda da perseverança ou da criatividade, pode continuar a caminhar, encontrando soluções inesperadas. “Desperta o Paganini” que há dentro de você e avança para vencer.
Vitória é a arte de continuar onde os outros se dão por vencidos. Quando tudo parece desmoronar, brinde-se com uma oportunidade e avance sem parar. Toca a mágica corda da motivação e tire sons virgens que ninguém conhece.
Toca teu violino com as cordas que tens.
Texto extraído do livro “Como Evangelizar com Parábolas”, de