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Reconciliar-se com Deus e com os irmãos antes do Novo Ano

A chegada de um novo ano é sempre um momento especial, repleto de expectativas, sonhos e propósitos

É tempo de balanços, de olhar para trás e avaliar o caminho percorrido, mas também de erguer os olhos para o futuro com esperança renovada. No entanto, antes de atravessarmos esta porta simbólica que separa um ano do outro, é hora de fazer um exercício espiritual fundamental: a reconciliação.

Créditos: Arquivo CN.

Reconciliar-se com Deus significa, antes de mais, reconhecer a nossa condição de criaturas frágeis e pecadoras. Significa termos a humildade de olhar para dentro de nós mesmos e identificar os momentos em que nos afastamos do Seu amor, em que escolhemos os nossos próprios caminhos em vez de seguir a Sua vontade. Quantas vezes, ao longo do ano que termina, fomos indiferentes à Sua voz? Quantas vezes colocamos os nossos interesses acima do bem comum e do amor ao próximo?

O Sacramento da Confissão é um presente precioso que Deus nos oferece através da Sua Igreja

Não se trata de um ritual vazio ou de uma mera formalidade, mas de um encontro pessoal com a Misericórdia Divina. Ao confessarmos os nossos pecados com sinceridade e arrependimento, experimentamos a libertação do peso da culpa e a alegria de sermos acolhidos nos braços do Pai que nos ama incondicionalmente. É uma oportunidade de recomeço, de virada de página, de renovação interior.

A reconciliação com Deus, no entanto, não pode estar separada da reconciliação com os nossos irmãos. Jesus é claro no Evangelho: não podemos apresentar a nossa oferta no altar enquanto tivermos algo contra o nosso irmão. Quantas vezes guardamos no coração as mágoas, os ressentimentos, as palavras não ditas ou os perdões não concedidos? O orgulho,
muitas vezes, impede-nos de dar o primeiro passo, de estender a mão, de pedir desculpa ou de perdoar.

Este tempo que antecede o Ano Novo é particularmente propício para quebrarmos essas cadeias. É momento de fazer aquela chamada telefônica adiada, de escrever aquela mensagem difícil, de nos aproximarmos de quem se afastou ou de quem nós afastamos. O perdão não é sinal de fraqueza, mas de força; não é esquecer o que aconteceu, mas
libertarmo-nos do peso que nos impede de avançar.

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A paz interior que brota da reconciliação é incomparável.

Quando nos reconciliamos com Deus e com os irmãos, experimentamos a verdadeira liberdade dos filhos de Deus. Entramos no Ano Novo não apenas com propósitos materiais ou profissionais, mas com o coração pacificado, pronto para amar e servir melhor.

Este caminho de reconciliação está profundamente enraizado no princípio “Viver Reconciliado”, que faz parte do carisma da Canção Nova. Viver reconciliado não é apenas um ideal distante, uma utopia, mas um estilo de vida concreto que somos chamados a abraçar quotidianamente. É reconhecer que a reconciliação com Deus, conosco mesmos, com os irmãos e com a criação é o alicerce de uma vida cristã autêntica e transformadora. Este princípio nos convida a sermos instrumentos de paz num mundo marcado por divisões, testemunhando que é possível viver em comunhão através do amor de Cristo.

Que este fim de ano seja um tempo de graça, de cura e recomeço. Que tenhamos a coragem de dar o primeiro passo rumo à reconciliação, confiando que Deus caminha conosco e nos sustenta. Que possamos iniciar o novo ciclo mais leves, mais santos e mais unidos em Cristo, testemunhando ao mundo a força transformadora do amor e do perdão.

Paula Ferraz
(Missionária da CN- 2º Elo; Fátima – Portugal)