Jesus nos passa Suas lições por meio de parábolas
“Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou em terra na praia. E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas” (Mc 4,1-2a)
Este texto, que abre o capítulo 4 do Evangelho de São Marcos, é o início da parábola do semeador, tão conhecida por nós. Nessa parábola, Jesus compara o anúncio da Palavra ao semeador, que sai a espalhar suas sementes no campo (‘Um homem saiu a semear’ (v.4)); compara a maneira com que as pessoas recebem essa Palavra aos diferentes terrenos nos quais a semente é lançada pelo homem do campo (‘O semeador semeia a palavra’ (v.14)).
Assim, Jesus fez por diversas vezes: “E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas”.
O que é a Parábola?
A parábola é um tipo de comparação, pois se utiliza de imagens da realidade para expressar uma outra realidade mais profunda. Quando Jesus usa esse recurso, é porque quer explicar algo, ele quer ir além daquilo que as imagens por Ele apresentadas evocam. Desse modo, usa essas imagens (semeador, campo, semente, espinhos, pedras) para, a partir delas, transmitir seu ensinamento sobre o anúncio da Palavra, sobre o Reino dos Céus, para questionar a realidade.
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Afinal, por que Jesus ensinava em parábolas?
Jesus usava as parábolas, porque essas comparações eram sempre feitas com coisas concretas do cotidiano dos seus ouvintes. Por exemplo: uma família que morava no campo, pobre e sem instrução, poderia entender perfeitamente: “O Semeador semeia a Palavra”, “O reino de Deus é como um grão de mostarda”, “O reino de Deus é como um fermento”. Essas imagens eram fixadas a tal ponto, que, depois que a pessoa tivesse contato com a semente, com um semeador, um grão de mostarda ou visse sua árvore, lembraria das palavras de Jesus, principalmente, faria essa ligação entre o cotidiano e as verdades reveladas pelo Mestre, e então entenderia seu ensinamento.
Precisamos nos lembrar de que, na época de Jesus, ainda não havia o hábito de se tomar nota das palavras d’Ele. Seus ensinamentos eram transmitidos oralmente e repassados às gerações seguintes. Numa cultura em que a oralidade era a forma mais usada para a transmissão do conhecimento, a fixação do ensino por meio de imagens, símbolos e situações era muito importante nesse processo.
Dessa forma, a parábola tinha ligação muito concreta com a vida diária dos ouvintes de Jesus. Aprender um pouco mais sobre elas pode nos ajudar a entender melhor esses textos presentes no Evangelho e nos animar a lê-los e a nos instruirmos com eles mais frequentemente.
Vida cotidiana e espiritual
No contato com a Bíblia, podemos compreender que o nosso cotidiano é matéria-prima para Jesus ensinar as verdades sobrenaturais. Devemos nos atentar para isso. Ao ensinar por parábolas, Jesus nos mostra que a nossa vida cotidiana e espiritual estão atreladas. Precisamos aprender mais essa verdade com Jesus! E também utilizarmos da nossa vida diária para ouvirmos e entendermos melhor o que Ele nos fala.
Que nossa vida seja uma parábola, um lugar onde olhamos para as coisas concretas e conhecemos, e dali retiramos as inspirações e os ensinamentos divinos. Divinizemos nosso dia a dia!
Santo Agostinho nos diz que quem não é espiritual na carne torna-se carnal até no espírito.
Deus nos abençoe!