O risco da malícia
Precisamos ficar atentos com aquilo que precede o pecado em nós, que não dialoguemos com a tentação. Entendamos um pouco como a tentação acontece: por vezes, notamos que, quando iniciamos uma determinada conversa com um teor de malícia, logo isso faz com que um certo tipo de pecado nos atinja.
Pode ser também que você observe que quando encontra uma pessoa, a amizade com ela acaba fazendo com que você caia em pecado, e mesmo que essa pessoa seja boa e que vocês sejam amigos, sempre este encontro termina na concretização de um determinado pecado.
Às vezes, notamos que, mesmo com boas intenções, quando vamos a um determinado lugar, esse lugar fará com que pequemos se lá permanecermos.
Quantos jovens tem me escrito com problemas em sua sexualidade, porque estão viciados em pornografia! Eles entendem, ou ao menos estão aprendendo, que esse pecado da pornografia os atinge de maneira direta. Primeiro, eles sentem o desejo de, por exemplo, acessar a internet, mas percebem que, no interior deles, já existe uma inclinação para que acessem um site pornográfico. Em vez de, no mesmo instante, eles se determinarem a não ligar o computador, acabam cometendo um dos maiores erros: começam a dialogar com a tentação, a negociar com ela, a pesar os prós e os contras de, naquele momento, ligar o computador. Chegam até a arrumar desculpas muito significativas e nobres para ligar o computador. No entanto, bem lá no fundo, existe uma tentação que está percorrendo um caminho para levá-lo ao pecado.
Essa pessoa, então, acaba acessando páginas boas, com bons conteúdos. Acessa seus e-mails e vai navegando, tentando provar a si mesmo que tinha razão em ligar o computador, pois sabia que não cairia em tentação. De repente, surgem-lhe pensamentos de cunho sexual, e ele reluta num primeiro momento, mas continua com o computador ligado. Mais pensamentos começam a vir e surgir, e ele pensa consigo: “Só vou acessar tal página para ver isso…”. Então, acessa uma página que “não é tão pornográfica” assim, mas sua mente vai, cada vez mais, perdendo força, perdendo força. E como o computador já está ligado, ele vai e acessa uma página pornográfica. Depois, acessa outra. Envolvido com a pornografia, chega a ficar por horas nesses tipos de páginas. A partir daí, toda a consequência da tentação concebida em pecado. Alguns caem na masturbação, outros no adultério, na prostituição. Na verdade, onde tudo começou?
Como começa o pecado?
Começou naquele “pequeno desejo” de acessar a internet. Mas o que este jovem não notou foi que, quando a tentação foi descoberta, ela tomou um outro caminho, fez um outro trajeto, colocou até mesmo desejos nobres no seu coração para ligar o computador! E foi aí que este jovem cometeu outro erro: dialogou com a tentação, negociou com ela, pesou prós e contras e foi assim se enfraquecendo em seu discernimento, e a tentação ganhando terreno, cumprindo o seu trajeto, até que ele cometeu o pecado em si!
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Você consegue perceber o caminho que a tentação fez com esse jovem até o pecado ser concebido? Assim acontece com todos os pecados! Por isso, é muito importante que nós observemos, fiquemos atentos às nossas motivações para fazer qualquer coisa, porque, por detrás delas, infelizmente, pode estar uma tentação camuflada.
Assim, eu poderia falar do pecado relacionado ao álcool, às drogas e fofocas, ao ódio etc. Por isso, nesse caminho de discernimento, é importante que tenhamos essa clara necessidade de nos observar, de perceber o que nos impulsiona, o que nos move. Também podemos aprender que caminho e estratégia a tentação se utiliza para nos amarrar e nos prender. Espero que tenha ficado clara essa questão de que todo pecado é precedido de uma tentação.
Conte-me como foi sua experiência com a leitura deste texto!
Deus abençoe você!