Os mistérios divinos e os primeiros comunicadores
O que seria da Igreja sem a Bíblia, sem os Evangelhos? Conhecemos a Aliança de Deus com a humanidade, sabemos como Deus atua na história e somos inseridos nos mistérios divinos porque os primeiros comunicadores assumiram a missão de registrar e publicar o que vivenciaram e o que ouviram no encontro com Deus. Sem a coragem de cada um deles, não teríamos a Palavra de Deus. Com a Ascensão do Senhor, a tarefa de serem comunicadores cabe aos Apóstolos: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações… Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi.” (Mt 28,19-20).
Créditos: Imagem Gerada por Inteligência Artificial / CHAT GPT
A missão de comunicar
Sim, os que traíram o mestre, os que fugiram covardemente, com medo, quando ele foi julgado e condenado, os que tiveram dificuldade em crer na sua ressurreição, recebem agora a missão de serem seus comunicadores. Que tarefa sagrada e difícil!
O que fazem? Traçam planos estratégicos de como iniciar a pregação? Criticam os que mataram Jesus? Acusam-se mutuamente e se afundam na culpa pelos atos de covardia que cometeram? Nada disso. Eles se reúnem no Cenáculo e se unem em oração com Maria (At 1, 14). Reconhecem suas fraquezas e fazem delas uma oportunidade para se tornarem mais humildes e abertos para a graça, para isso, suplicam o Espírito prometido pelo Mestre.
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A comunicação tem o poder de incendiar corações e iluminar as mentes
Estes que antes queriam fazer descer o fogo do céu e destruir os que não quiseram receber Jesus (Lc 9, 54) agora reconhecem que ainda não o “receberam” o suficiente em si mesmos e precisam do fogo divino para que entendam a Palavra eterna.
Conhecemos o que se deu em Pentecostes: os seguidores de Jesus foram transformados pela força do Espírito Santo que veio sobre cada um, em sua plenitude. Então, tudo fica claro. Até então temerosos, eles se tornam destemidos e sábios anunciadores do Evangelho de Jesus. A mensagem que levam já não é só palavra, mas, ela tem o poder de incendiar corações, pelo fogo do entusiasmo, e iluminar as mentes. Os que os escutam quase não podem crer que estes que falam são as mesmas pessoas de antes, estão impressionados, admirados, atônitos, sem saber o que pensar. Questionam entre si quem são esses homens novos: “Não são, porventura, galileus todos estes que falam?” (cf. At 2, 7-11) De fato, os Apóstolos se tornam novas criaturas.
Precisamos da força criadora e renovadora do Espírito Santo para comunicar
Todos nós precisamos dessa força criadora e renovadora do Espírito Santo, para comunicar. Nosso trabalho é colaborar para que a Palavra de vida e salvação chegue a todos os lugares e alcance os corações. Para isso, nosso próprio coração precisa abrir-se para o Espírito que revela o Filho em toda sua grandeza e seu mistério: “Ninguém pode dizer ‘Jesus é o Senhor’ a não ser pela ação do Espírito Santo” (1Cor 12, 3).
Ao confiar aos apóstolos a missão de anunciar o Reino do Pai, Jesus promete: “O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que eu vos disse” (Jo 14, 26).
Por tanto, para ser um comunicador que leva a verdade de Jesus Cristo, precisamos nos unir à oração de Maria. Ela nos torna abertos para acolher o Espírito Santo, que falará por meio de nós.
Aprofunde essa reflexão, pela leitura do livro: A vocação do comunicador católico, de Ir. M. Nilza P. da Silva
Equipe de Formação da Canção Nova
