Vida de São Bento

A presente biografia foi baseada no, único documento, referente a vida de São Bento, o livro do Papa São Gregório Magno, escrito em 593 d. C., com o titulo de ‘Vida e Milagres do Venerável Bento’, ou, em uma tradução mais moderna: ‘Vida e Milagres de São Bento’.

Este livro baseia-se no relato de quatro discípulos de São Bento a São Gregório, conforme ele mesmo diz em seu prólogo: ‘Não pude conhecer todos os feitos de sua vida (São Bento), mas os pouco que narro soube-os por ouvi-los de quatro de seus discípulos: Constantino, varão venerabilíssimo que lhe sucedeu no governo do monastério de Monte Cassino; Valentiniano, que esteve muitos anos à frente do monastério de Latrão; Simplicio, o terceiro que depois dele dirigiu sua comunidade; e Honrato, que ainda hoje governa o monastério de Subiaco, em que ele havia primeiro vivido’.

São Gregório Magno, foi Papa de 590 a 604 d. C., filho de Santa Silvia, considerado Doutor da Igreja e chamado de ‘cônsul de Deus’, foi ainda o único a receber o cognome ‘Magno’.

Ele foi um grande Papa, e o primeiro monge a sentar na cadeira de Pedro, um autêntico pastor de almas que pregava o amor ao próximo. Conseguiu dirigir a igreja em tempos difíceis e ainda fundou a escola de canto sacro que ficou sendo conhecido como Canto Gregoriano.

Como ‘biografo’ da vida de São Bento ocorreu aquela rara conjunção astral de um santo escrever sobre outro e ninguém como um santo para perscrutar os arcanos da alma de outro santo, principalmente se pertencem a mesma tradição.

São Bento nasceu na região da Núrsia (atual Norcia), península Itálica, segundo a tradição no ano de 480 d. C., de família nobre, foi enviado por seus pais, junto com uma fiel ama de leite, à Roma para lá estudar Letras.

É importante ressaltar o período histórico em que viveu São Bento: O Império Romano desabava e tudo em volta era decadência. Em 476 d. C., o último imperador romano do ocidente foi deposto por mercenários pagos pelo imperador romano do oriente. Roma e Itália perderam sua posição de potência mundial. Em 489 d. C., veio a invasão dos Godos e foi sob o domínio destes sobre a Itália que São Bento viveu.

Foi uma época de muita miséria, fome, grandes terremotos e pestes; uma situação tão desesperada que em nada e ninguém se podia confiar e quase todos os valores pareciam ter se perdidos. Quem quiser formular um conceito sobre São Bento e sua importância não deve esquecer jamais destes sinais de decadência.

A instrução moral e religiosa de São Bento deve ter sido bastante rigorosa (São Gregório diz dele: ‘Ainda criança, já trazia em si um coração de ancião’, o que mostrava que São Bento, já na puberdade tinha um comportamento sério e ponderado) pois dando-se conta da decadência moral daquela sociedade e vendo que muitos se deixavam arrastar para o caminho dos vícios resolveu abandonar os estudos literários, a casa e a riqueza dos pais e concebeu o propósito de retirar-se ao deserto, e se pôs a caminho, seguido apenas de sua antiga ama de leite e com este sacrifício ele venceria o que seria sua primeira grande tentação.

Chegaram os dois a um lugar chamado Effide ou Enfide (atual Affile) e lá se estabeleceram com a ajuda caridosa de algumas pessoas junto a Igreja de São Pedro.

Fonte: http://www.opaodavida.hpg.ig.com.br/