Imagine, há 2000 anos, uma Mulher, que vivia em uma terra, onde a mulher não tinha valor nenhum, exceto a procriação. Uma Mulher, ainda menina, com apenas 14 ou 15 anos, recebe a visita de um mensageiro de Deus, anunciando que fora escolhida para ser a Mãe do Salvador do mundo. Uma Mulher, e mesmo sendo quase uma criança, estava prometida em casamento a um homem simples e trabalhador, com o propósito de construir uma família.
Essa menina, mesmo sabendo dos riscos que correria, aceita ser a Mãe do Salvador. Com o seu SIM Ela muda o curso da história humana.
Ela vai ajudar a uma prima, que também esperava um filho, e em sua alegria, Ela canta o Magnificat: O Senhor fez em mim, maravilhas, Santo é o seu Nome, doravante todas as nações me chamarão bem-aventurada (Lucas 1, 46ss).
Mas, as coisas não seriam tão fáceis assim, naquela época, as mulheres adúlteras morriam apedrejadas; e quando Ela volta, depois de três meses, já grávida, o próprio marido, que a amava, queria abandoná-la secretamente, mas um anjo do Senhor o avisou que Ela não era uma pecadora, mas sim, que aquilo era obra do Espírito Santo. E ele aceitou esse Filho que nasceria como sendo seu. Mas, as coisas não param por aí: quando Ela estava para dar à luz, teve de viajar quilômetros a fio, para o recenseamento, e viaja em um burrinho, sem conforto nenhum. E chegando a Belém, seu destino, não havia lugar para eles em nenhuma hospedaria. E o Rei do Universo nasce em uma estrebaria, uma manjedoura, cercado apenas pelos animais, e uns pastores que ali estavam.
Mas seu nascimento foi cantado pelos anjos, e até reis vieram até Ele com presentes. E na apresentação no templo, um sacerdote, cujo nome era Simeão, diz à Maria: – Uma espada transpassará o teu coração (Lucas 2, 35b). E assim foi. A vida não era um mar de rosas, quando o Menino tinha 2 anos, houve nova perseguição, comandada pelo Rei Herodes, que mandou matar todos os meninos com menos de 2 anos, e houve nova fuga da Sagrada Família, desta vez para o Egito. E novamente, no lombo de um burrinho.
E o Menino crescia em tamanho e sabedoria e dava alegrias a seus pais, mas também algumas preocupações, quando, por exemplo, na volta de uma festa religiosa, Ele ficou, quando todos foram embora, e seus pais tiveram que voltar para buscá-lo, e o acharam dialogando com os sacerdotes e doutores da lei. E Ele era obediente. Esse Menino cresceu, virou um homem, e começou a falar de um Pai amoroso, a trazer uma mensagem de amor e perdão onde a lei vigente até então era o olho por olho, dente por dente.
Mas a hora dEle não havia chegado ainda, até que em uma festa, quando acabou o vinho, essa Mulher maravilhosa intercedeu junto ao seu Filho. Ela não pediu um milagre, Ela intimou que Ele o fizesse: – Ela deu uma ordem aos serventes: Façam tudo o que Ele mandar (João 2,5). E isso Ela diz até hoje a cada um de nós.
Mas a mensagem desse Filho incomodou a muita gente. Falar de um Reino de paz, onde havia perseguições, era crime. Falar de amor, onde havia ódio, era abominável. E Ele foi condenado à morte, e morte de cruz, a mais humilhante, a pior que poderia existir, dada aos piores criminosos da época. Sofreu muitas torturas, teve uma flagelação terrível, muitas perfurações em seu Corpo Santo, e puseram-lhe uma coroa de espinhos na cabeça, e assim, o Senhor deu quase todo o seu Sangue para a redenção da humanidade. Mas sua Mãe esteve a seu lado em todos esses momentos terríveis.
A missão dessa Mulher especial não terminava aí, mesmo antes de morrer, Ele lhe dá mais uma: Mãe, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua Mãe (João 19, 26-27). Nessa hora, Maria se torna a Mãe da humanidade, a nossa Mãe.
Quando seu Filho ressuscitou, Ela foi uma das primeiras a vê-lo, e mesmo depois de sua Ascensão aos céus, Ela esteve junto dos apóstolos. E ajudou a fundar a nossa Igreja. E até hoje essa Mulher está junto de nós, intercedendo por nós junto ao seu Filho, e só nos pede isso, como em Cana: Façam tudo o que Ele mandar (João 2,5).
Ela não é uma deusa, não é fonte de salvação, mas é o caminho que nos leva a Jesus, e digna de todo o nosso respeito e amor.
Artigo extraído do blog: blog.cancaonova.com/zezinho