Seguir Jesus, caminho para o martírio

“Herodes…mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo” (Mt 2,16)

Foram essas crianças, os primeiros mártires da era cristã, Jesus mal tinha nascido e já era alvo de perseguição. Aqueles meninos inocentes foram tirados brutalmente de seus pais, o próprio Evangelho usa palavras muito fortes “mandou massacrar”, eles morreram, foram massacrados naquele momento no lugar de Jesus, foram batizados no sangue do martírio.

Isso mostra que, o caminho que marca o cristianismo é o martírio. Primeiro foram as crianças inocentes, depois João Batista, o próprio “sumo martírio” de Jesus, assim também com Estevão e os demais que seguem a história até os dias de hoje. Os exemplos atuais devem renovar em nós, a vontade de ir até o fim pela causa de Jesus. Hoje, vemos o martírio cotidiano de João Paulo II, que, com toda a sua debilidade física não deixa de se consumir pelo Evangelho.

Nós devemos vibrar com a decisão de seguir Jesus, não parar nas coisas pequenas do dia-a-dia, mas encará-las como um grande meio de santificação e testemunho que o mundo tanto precisa. O Catecismo da Igreja diz que: “o martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé”. (CIC 2473)

Portanto, seguir Jesus é seguir o caminho do martírio, pois “não é o servo maior que o seu Senhor” (Jo 13,16). Jesus foi perseguido desde de criança e assim foi toda a sua vida marcada pela perseguição e o martírio. No Getsêmani Ele suou sangue, passou pela flagelação, morte e morte de Cruz, onde seu corpo como profetizou Isaías “havia perdido a aparência humana”(Is 52,14). Jesus também foi vítima inocente “o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas” (Is 53,5), Jesus foi conduzido para o martírio como aquelas crianças “como um cordeiro que se conduz ao matadouro” (Is 53,7).

Assim hoje aqueles que O servem devem passar pelos mesmos caminhos, no martírio diário na luta contra o pecado, e oferecendo-se nos momentos de cruz como o próprio Jesus “Pai em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).

O martírio é algo radical, é um grande desafio, não é uma realidade distante de nós, é uma questão de se decidir e ir até às últimas conseqüências.