Paz: fruto da Reconciliação

O que é a paz ? Muitas opiniões se multiplicam, muitos pontos de vista se antagonizam; uns dizem que a paz é a ausênsia da guerra. Principalmente neste momento delicado, onde está urgindo mais uma guerra, a invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Outros dizem que a paz é algo interno de cada pessoa, que cada um deve ter sua paz interior e isto basta.

Tenho hoje uma reflexão sobre a paz: a paz é fruto da reconciliação.

A palavra reconciliação é derivada direta da palavra concilio, do verbo conciliar, concordar, estar de acordo.
Então, reconciliar é conciliar de novo. Alguma opinião, alguma atitude que desgastou esta “concordância”, alguma briga, discussão entre as pessoas, entre os povos, entre o homem e Deus; precisa de novo ser conciliada, pela aceitação da posição antagônica, mesmo que com divergência em algum ponto. É um reatar as relações.

E é preciso que cada homem tenha a consciência que a paz só acontece de verdade se ele estiver plenamente reconciliado: com ele mesmo, com as pessoas que o cercam e com Deus. Isto significa: viver reconciliado.

Primeiro consigo mesmo: aceitar nossa limitação, nossa incapacidade de atingir algumas coisas, que somos de carne e osso e fracassamos, damos certo em algumas coisas e noutras somos um desastre, e precisamos de ajuda. Isto não significa acomodar-se aos nossos pecados, mas ter como meta o ser melhor, e ir progredindo a cada dia, na busca do ser melhor, não somente no estar melhor. Mas não esquecer nossa natureza fraca, frágil.
Saiba Deus te ama, e por causa disto valorize-se, ame-se, cuide-se. Você é importante neste mundo. Reconcilie-se consigo mesmo. Comece a se olhar sem acusações, embora lute para ser mais santo, ou santa.

Depois é preciso estar de bem as outras pessoas: procure ser tolerante quando as pessoas são como você imperfeitas, incoerentes: aceite-as. Elas podem estar passando pelo mesmo processo que você: necessitado de ajuda, em algumas coisas e em outras não. Você pode ser esta ajuda. Ajude. Se desculpe se magoou alguém, procure-a, faça as pazes. Isto é divino. E se alguém te magoou, perdoe, mas do fundo do coração. Tenha as mesmas atitudes de antes: acolha, dê um sorriso, trate-a como se nada houvesse acontecido. Isto é: esquecer.

Mas para isto é primordial: estar de bem com Deus. Se pecamos, se fazemos algo que feriu o coração de Deus, e a gente sabe quando faz este tipo de coisa, nós não podemos guardar esta discordância. São ncessários três passos para alcançarmos a reconciliação com Deus:

 Reconhecer os seus erros, pecados, falhas. Não dissimular. Reconhecer. Não jogar a culpa nos outros, nas situações. Admitir: eu errei, mas quero me levantar.

 Arrepender-se profundamente. Ter ódio do pecado cometido. Fugir dele. Se comprometer com Deus, de jamais cair de novo, na mesma fraqueza.
 Confessar-se regularmente com um Padre. Escutei uma explicação magnífica sobre a necessidade de confessar-se com o Padre, e não direto com Deus: é que quando pecamos, este pecado atinge outras pessoas. E teríamos que confessar-se com todos aqueles que foram prejudicados pelos nossos pecados. O Sacerdote é o representante, que saiu do meio do povo, foi consagrado, para aceitar em nome das pessoas a nossa confissão, e nos absolver, nos perdoar, em nome de Deus, que é o Pai de todos. É Sacramento estabelecido pelo próprio Jesus: “tudo que ligares na terra, será ligado nos céus”.

Então, reconciliar-se com Deus, com as pessoas e consigo mesmo é FONTE DE PAZ.

As guerras acontecem porque os homens querem permanecer na divergência, no desacordo. Hoje Deus nos pede uma atitude diferente: Viver reconciliado. Viver em Paz com todos.

Esta atitude é o maior grito de indignação que podemos dar, contra a guerra.

A Paz de Jesus te ilumine a isto, a viver reconciliado.