Criança: Futuro e Presente

“A criança, ao nascer, traz a mensagem de que Deus não perdeu ainda a esperança nos seres humanos.” (Tagore)

Há algo mais belo do que o olhar de uma criança? Revela a pureza, a bondade que Deus coloca, pelo seu ato criador, no coração de cada ser humano. É esse olhar que precisamos respeitar e proteger para que a criança cresça com dignidade, apesar de tantas realidades contrárias.

Um fato novo está acontecendo no Brasil: o envolvimento das crianças com a dimensão missionária da Igreja. Basta olhar os grupos de Infância Missionária, os grupos de missionários mirins que se formam a partir do acompanhamento da Pastoral da Criança, etc.

A experiência está demonstrando que, quando as crianças se empolgam com uma proposta, elas se tornam missionárias, evangelizando seus colegas e suas famílias.
Que bom! Assim teremos uma nova geração de cristãos, mais abertos às diferentes realidades do mundo e comprometidas com as necessidades locais. Sinal de que a Igreja precisa dar ainda mais atenção às crianças.

No entanto, a vida das crianças, principalmente nos países pobres, está muito aquém daquilo que um cidadão deveria ter. Vejamos:

O Retrato da Criança

São mais de seis bilhões de pessoas no globo terrestre. Que tipo de infância terá a criança que está por nascer? Segundo dados fornecidos pela Unicef, se ela nascer no Brasil, não será difícil saber.

Ela terá 30% de possibilidade de não ser registrada logo ao nascer. Tem 40% de chance de ter pais com menos de quatro anos de estudo, e 21% de chance de nascer num lar cujos pais são analfabetos.

Esse brasileirinho tem apenas 7% de chance de viver numa família com renda mensal, ter capital maior que 20 salários mínimos. Mas, tem 27% de possibilidade de crescer em uma família com renda mensal menor que meio salário mínimo.

Quanto a freqüentar uma escola, ele ou ela terá 95% de chance de ter acesso à escola primária. Mas somente 59% de probabilidade de completar a oitava série.

O Direito da criança

Diante desta situação, é necessário também fazer alguma coisa para garantir os direitos fundamentais para as crianças. Segundo a revista portuguesa Audácia, as crianças tem os seguintes direitos:

Igualdade: a nacionalidade, a condição, a cor da pele… Tudo pode ser diferente, mas nós continuamos a ser iguais.

Identidade: Necessito de um nome, uma pátria, uma família, para ser EU. Sou igual aos outros… mas os outros não são eu …

Integração: Todos iguais… todos diferentes! Aceitem como sou e eduque como eu preciso!

Educação: Ensinem-me a pensar, a brincar, a viver com os outros e a pensar neles… a apreciar a vida!

Proteção: Preciso que os mais velhos cuidem de mim. Que protejam a minha cidade, o meu país e defendam a terra.

Qualidade de vida: Quero ter uma casa, uma escola, uma alimentação saudável, amigos com quem brincar. Quero que me tratem bem quando estiver doente, para crescer melhor.

Amor: Quero que todas as crianças tenham uma família que as ame. E aos que não têm, que a sociedade encontre um meio de remediar essa falta, para poderem crescer felizes.

: Ensinem-me a acreditar em valores que me façam feliz e me ajudem a fazer felizes os outros.

Ajuda: Quando tiver fome, sede, frio, estiver triste, doente… que alguém esteja ao meu lado para me ajudar.

Solidariedade: Ensinem-me a semear a paz à minha volta, para que quando eu crescer ajude a construir um mundo mais justo.

Denúncia: Quem souber de alguma criança maltratada, explorada, humilhada, não se cale! Que grite bem alto e por todos os meios contra a opressão.