O dia 21 de fevereiro relembra a data da última das investidas brasileiras que culminaram na Tomada de Monte Castello, importante vitória do Exército Brasileiro na Segunda Guerra Mundial.
Compondo o IV corpo do Exército dos Estados Unidos, sob o comando do General Willis D. Crittenberger, a Força Expedicionária Brasileira alcançou importante vitória na trajetória da derrocada nazi-fascista, tomando Monte Castello. Essa se deu superando ampla gama de obstáculos, desde o clima severo, caracterizado pelo frio extremo, terreno lamacento, minas terrestres e o fogo inimigo, bem alojado e protegido em posição montanhosa.
Essa vitória não veio sem custos, a Tomada não se deu senão depois de várias tentativas, ao custo da vida de muitos corajosos soldados – mais da metade das baixas da FEB, em toda a Guerra, se deu nessas ocasiões. Ali, mostrou-se o que viriam a ser reconhecidas como características do soldado brasileiro: a abnegação, a bravura, o companheirismo, a perseverança no cumprimento da missão e a engenhosidade.
Estratégias de batalha
Um exemplo claro da engenhosidade brasileira se deu quando estes, queimando óleo diesel, obstruíram a visão dos atiradores alemães, bem posicionados. Além disso, batalhões especializados, como o 11º Batalhão de Infantaria de Montanha de São João Del Rei, imortalizado na história por sua bravura, conseguiram alçar meios de superar a topografia e alcançar as posições alemãs. Este último, inclusive, foi obstáculo que havia frustrado os poderosos blindados dos EUA, aumentando ainda a glória da infantaria brasileira.
Monte Castello, em 21 de fevereiro de 1944, foi a primeira de sete importantes vitórias brasileiras na guerra, consolidando o rompimento da Linha Gótica, cuja participação na guerra restringiria-se à Campanha dos Aliados na Itália, entretanto, imortalizando os atributos dos soldados brasileiros.
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O legado
Após o fim do envolvimento brasileiro na guerra, o retorno dos pracinhas azedou ainda mais a insatisfação com os ares antidemocráticos do Estado Novo, ditadura instaurada em 10 de novembro de 1937, que viria a se encerrar em 29 de outubro de 1945.
A participação brasileira na Campanha da Itália teve início em 25 de novembro de 1944, e se encerrou em 2 de abril de 1945, da qual participaram 25.445 soldados brasileiros, dos quais 450 morreram e 3 mil foram feridos em combate.
A FEB e a participação brasileira continuam a ser lembradas na história, em especial por seu lema de campanha “A cobra está fumando”. Os soldados brasileiros deixaram seus nomes marcados na história, pelo seu sacrifício e heroísmo, superando as adversidades e um inimigo acastelado.
Jonatas Passos – natural de Cruzeiro (SP), marido, pai e colaborador da Fundação João Paulo II. Formado em Tecnologia, Informática e História. Pós-Graduado em Jornalismo e História do Brasil, com extensão em História da Religião.