“A aparência do corpo exerce grande influência em nossa vida, afinal, a forma como nos apresentamos para os outros determina a maneira como nos relacionamos, as oportunidades que temos socialmente, as reações e atitudes dos outros para conosco, bem como nossa vida afetiva e profissional” (Stenzel, 2006)¹.
Atualmente, vivemos uma cultura de construção de imagens, privilegiando a boa forma. E, para que esse objetivo seja alcançado, inúmeras formas de emagrecimento surgem como alternativas de “beleza” para a mulher dos dia atuais.
A escravização aos padrões de beleza (impostos por nossa sociedade) tem sido um dos fatores associados ao aumento da incidência de transtornos alimentares, como a anorexia, a bulimia e a vigorexia. E quem nos impõe tal padrão? A mídia? Sim! Mas não apenas ela. Não apenas a mídia televisiva, como também, as mídias sociais, pois são as que possuem maior parcela de contribuição para esse movimento.
As mesmas bombardeiam seus usuários com homens e mulheres com seus corpos esculturais e uma beleza de tirar o fôlego! Vendem a imagem e, com ela, os “segredos” para tornar-se “belo”. O desejo de uma padronização midiática invade a mente da população, que torna-se, cada vez mais, frustrada e doente, por não alcançarem aquela imagem.
A insatisfação com o próprio corpo atinge todas as idades
Essa imposição atinge mais os adolescentes, jovens e adultos. No entanto, tem surgido de forma vertiginosa, o culto à beleza infantil. Nesse caso, é possível notar que, quem mais contribui para essa valorização são os pais ou responsáveis diretos daquela criança. Assim, não apenas encontramos uma população acima de 14 anos que manifestam dificuldades com sua imagem, como também, crianças que são inseridas neste meio de forma precoce.
Mas porque somos tão insatisfeitos com nosso corpo? Seja homem ou mulher, somos demandantes de olhar, o olhar de quem? Do outro! Esse olhar que vem de fora, muitas vezes, reafirma o homem e a mulher que sou ou desejo ser; questionando sempre qual é a sua imagem frente ao outro, como ele me vê. É como se oscilássemos entre o olhar ruim que me destrói; e, o olhar bom, de admiração que me constrói.
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Segundo Stenzel, imagem corporal é uma experiência psicológica multifacetada que, na verdade, não se refere exclusivamente à aparência do corpo, tampouco pode ser considerada produto exclusivo da atividade intrapsíquica. É uma fusão que parte das experiências vividas com o mundo que irá formar a forma de reconhecer o meu corpo. Por isso, não se deixe determinar pelo que a mídia impõe, mas olhe para o seu corpo e descubra nele as potencialidades que há nele. O que ele pode se tornar da melhor forma, sem ter que responder a um padrão imposto. Cada corpo tem sua potencialidade.
Por isso, conhecer as verdades que estabeleci para mim como padrão (identificando quem realmente sou, e não aquilo que acho que o outro pensa sobre mim) é um grande auxílio nesse processo de descoberta da beleza. Reconcilie-se com você mesma! Não apenas com sua imagem corporal, e sim com o todo que você é! Um homem ou uma mulher belo e amado por Deus; que é capaz de ser único e irrepetível, e não mais aquilo que a mídia te impõe a ser.
Qual é forma que você tem se olhado?
Referências:
1 Nunes e Appolinario, Transtornos Alimentares e Obesidade, Artmed, 2006