Por que estamos estressados? O nosso estresse é produto da vida familiar ou da rotina profissional em que vivemos? O que nos causa esse mal? Conflitos familiares? Crises financeiras? Solidão? Ausência de uma vida social? Ou será que estamos precisando dar um novo sentido à nossa vida?
Quando nos encontramos estressados, não há como não levarmos essa sensação para nossa casa ou para o trabalho. Não fomos criados para ser um em cada lugar. Quando estamos com muitos problemas familiares, é muito difícil não os levar para nossa vida profissional. Quer seja no desempenho, na alegria, na agilidade, enfim, de uma forma ou de outra, seremos atingidos em qualquer que seja o ambiente em que estejamos. Uns mais, outros menos.
Levar todo o estresse para casa e viver a partir dele pode ser um risco
Mas, o que seria estresse? Como podemos identificá-lo? Como podemos saber o grau que ele se encontra em nosso organismo? “Estresse” é um termo que se vulgarizou nos últimos tempos. Da criança ao idoso, todos se queixam desse mal. Queixa-se de estresse o pai, que chega após uma jornada de trabalho e do trânsito pesado; queixa-se de estresse a dona de casa, que enfrentou as atividades domésticas, profissionais e os cuidados dos filhos; queixa-se o filho por causa do excesso de atividades extraescolares, enfim, neste tempo pós-moderno quase todos se queixam. Mas, o estresse a que estamos nos referindo vai além do cansaço e da exaustão que uma boa noite de sono pode resolver, revigorando e recompondo as forças.
Causas do estresse
O estresse ao qual nos reportamos, neste texto, caracteriza um mecanismo fisiológico do nosso organismo. Trata-se de um comportamento afetado por estímulos aversivos, e esse comportamento é capaz de alcançar a todos os humanos. Portanto, não estamos falando simplesmente de algo comportamental, mas de algo que, quando caímos na real, nos encontramos com batimentos cardíacos acelerados; pressão arterial aumentada; músculos enrijecidos e tantos outros sinais que revelam o estresse que estamos vivendo diante de situações próprias do dia a dia, ou até mesmo inesperadas. Mas, sempre situações que nos deixam ameaçados, muitas vezes, sem o devido controle.
Acúmulos de problemas; crises financeiras; relação instável no casamento; morte de alguém muito querido; aborrecimento no trânsito e brigas são situações que provocam consequências sérias para o nosso organismo. Segundo Alexandre Meleiro, apesar do estresse ser uma defesa natural que nos ajuda a sobreviver, a frequência do estímulo estressante faz com que aumentem os riscos com a nossa saúde e com as nossas relações familiares e profissionais. Portanto, precisamos perceber os sinais do estresse em nossa vida.
Alexandre afirma que a pessoa precisa ficar atenta se já não levanta-se com a mesma disposição, se não tem a mesma energia para desempenhar suas atividades diárias; tem de ficar atenta se irrita-se com os outros facilmente; se seu comportamento tem fugido do padrão habitual; se não consegue dormir, ou mesmo dormindo a noite inteira, não acorda descansada, pois o sono não foi tranquilo e reparador. Às vezes, o que é estressante para um indivíduo, pode não significar nada para outro. A reação de cada um está vinculada à genética, ao temperamento, à personalidade, à maneira de perceber e assimilar as situações.
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Levar ou não o estresse para casa?
Entendendo-o como um mecanismo fisiológico que pode se tornar crônico, o ideal será perceber como estamos convivendo, o que as pessoas estão observando em nosso comportamento. Precisaremos ter humildade e retomar a vida na convivência familiar. A impaciência e o excesso de exigência acabam por deixar os relacionamentos infelizes. Se insistirmos, em especial no casamento, poderemos estar comprometendo a nossa vida sexual, financeira e afetiva com o nosso cônjuge. Com os filhos e amigos não será diferente.
Contudo, a família precisa compreender esse estado tão delicado, desrespeitado e conhecido por muitos como frescura, “dondoquisse”, doença de rico, etc. Podem ser os pais ou até os próprios filhos, mas faz-se necessário o respeito, a aceitação desse estado para que, juntos, um possa ajudar o outro a superar os motivos que têm provocado tal situação. De repente, a realização de uma viagem, a autonomia nos trabalhos domésticos por partes de todos os membros da família, o constante diálogo, o mimo, são atitudes que poderão tornar a pessoa que está sofrendo de estresse, em uma pessoa consolada, acolhida e feliz.
Concluímos, portanto, que o problema não está em levar o estresse do trabalho para casa, e sim, em sermos verdadeiros diante dos nossos familiares ou colegas de trabalho e comprometidos em superar esse estado, porque o problema é a ausência desta consciência e não a presença do estresse. E, sem nenhum tipo de vitimização, mas com o apoio de todos, a “pessoa estressada” deverá encontrar uma abordagem terapêutica adequada para ser acompanhado; fazer ginástica; desenvolver o comportamento de autocontrole; participar do grupo de oração da sua paróquia; rever amigos, etc. Enfim, reconhecer-se como está e dar passos para melhorar.
Que tal desligar o celular, dar tchau ao WhatsApp, curtir a vida e descansar?