Esses dias, uma amiga dos tempos da escola me pegou de surpresa: ela me chamou no Whatsapp e perguntou meu endereço, pois queria me mandar uma carta. Sim, uma carta!
Confesso que, se não conhecesse a Cá como conheço, teria ficado desconfiada; afinal, estudamos juntas já faz quase 20 anos; temos, no máximo, um encontro por ano. Isso quando é possível!
Na época da escola, escrever nos ajudava a colocar para fora as inquietações de uma fase transformadora como a primavera: a adolescência! Amores platônicos, desigualdades sociais, desabafos entre amigos, tudo podia virar tema para linhas e linhas de texto.
Os sentimentos e as emoções traduzidas em uma troca de cartas
Eu era uma adolescente engraçada, usava aparelho, não conseguia domar as forças antagônicas do meu cabelo, era magrela e usava roupas largas. Senhor! Felizmente, de acordo com a minha mãe e o meu esposo, o tempo me fez bem. Ufa!
O fato é que o comportamento da Cá me intrigou. Como seria essa carta? Será que vai falar sobre como a vida adulta nos distanciou? Sobre como ficamos fortes ou frágeis às vicissitudes do tempo? Pronto, fiquei ansiosa! Resolvi escrever antes mesmo de receber a correspondência dela. Resultado: foi libertador!
Eu não sei o que está por traz do simples fato de você escrever em uma folha em branco em vez de digitar. Só sei que escrever aquelas palavras me levou a refletir sobre coisas que eu não estava parando para pensar.
Em tempos de redes sociais, escrever é mais para os outros do que para nós mesmos. Se antes, as pessoas tinham pavor de ter seus diários descobertos, hoje, para alguns, acontece o oposto.
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A beleza interior da primavera
A minha carta pessoal foi um exercício de diálogo interior. Recordei-me como escrever me ajudava a ficar melhor depois de um dia ruim ou confuso. A carta da Cá ainda não chegou e, quem sabe, depois que chegar, escrevo para vocês contando como foi recebê-la.
Quem sabe você começa a primavera de um jeito diferente ao escrever para você mesmo? Tente! Pra mim, deu supercerto!
Que a sua primavera seja cheia de boas descobertas!
Um abraço,
Vanessa Espíndola é jornalista, empreendedora e apaixonada por ipês amarelos.