É interessante observarmos o quanto nós não prestamos atenção àquilo que pensamos. Muitos de nós até se esforçam para se controlar no falar, quando falar e como falar, mas a maioria não se atenta ao que pensa e, acima de tudo, se esses pensamentos são funcionais ou não, se mais ajudam ou prejudicam. Já pensou nisso?
Sugiro que, neste momento, paremos e avaliemos nossos pensamentos. Eles têm nos impulsionado a seguir a vida ou, em sua maioria, puxado nosso tapete e nos deixado no chão? Às vezes, até sem chão!
Os pensamentos precisam ser observados
A psicologia cognitiva comportamental tem trabalhado com esses pensamentos, os quais são intitulados pensamentos disfuncionais ou distorcidos; nada mais é que uma forma “errada”, distorcida da realidade.
Um deles, muito comum entre nós, é a leitura mental, uma distorção que acontece quando tendemos a acreditar que sabemos o que se passa na cabeça do outro. Esse pensamento é um clássico, pois muitas pessoas sofrem dele. O problema está no sofrimento que esse pensamento traz para a pessoa que pressupõe saber o que o outro pensa, o que, normalmente, são pensamentos negativos. Por exemplo: “Tenho a certeza de que ele está olhando para mim e pensando que não sei dirigir”, “Eu sei que meu chefe me acha incompetente”, “Ela não gostou de mim”.
É tão interessante pensarmos no quanto temos a “certeza” do que o outro pensa sem que ele expresse uma palavra, potencializando, cada vez mais, e comportando-se a partir da produção desse pensamento. Quantas vezes brigas conjugais nascem devido a esses pensamentos! Quantos relacionamentos são prejudicados, desfeitos, pelo fato de o casal não ter esclarecido pensamentos de leitura mental!
Como mudar esse pensamento?
Não só a leitura da mente, mas os demais pensamentos distorcidos serão “combatidos” quando confrontados com a realidade. Como assim? Primeiro: ninguém é capaz de adivinhar nenhum pensamento. Segundo: é preciso verificar a veracidade daquele pensamento, questionando todas as possibilidades que confirmem aquilo que estamos pensando. Por exemplo: “Ele está achando minha conversa chata, por isso que ele cochilou”. O que nos faz acreditar nessa verdade? O fato de ele ter cochilado? As pessoas cochilam apenas quando uma conversa está chata? Não! Será que ele não está cansado? Pode ser que ele não tenha dormido bem à noite. Como vamos saber?
Certeza só teremos se ele expressar seu cansaço e até se desculpar, ou se perguntarmos se está tudo bem. Mas qual a real necessidade de perguntar a ele? Precisamos disso? Nossa identidade como pessoa vai mudar com a resposta dele?
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O importante é darmos a resposta real e não ficarmos tentando nos convencer de alguma coisa, pois nosso cérebro é mais esperto do que imaginamos. Trabalhar com o real e a verdade, este é o segredo! Não alimentemos pensamentos que destroem, mas sim aqueles que constroem! Fortalecermos o conceito que temos sobre nós é um bom remédio.