Identidade Masculina

Todo homem é chamado por Deus a ser um guerreiro

Nosso Deus é um Deus guerreiro. Essa é uma característica forte d’Ele e Sua morte de Cruz comprova isso. Para entregar-se da forma como Cristo entregou-se, só um verdadeiro herói para ir até o fim. Somos imagem e semelhança desse Deus e, nós homens, de forma especial, somos chamados por Deus a assumir o papel de guerreiros na luta por causas justas.

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Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

No primeiro livro de Samuel, capítulo 17, é dado início à história de Davi. Davi era o oitavo filho de Jessé, mais novo e menos preparado para ir à guerra, menos ainda para reinar sobre Israel. Ao ir até o acampamento do exército israelita, o jovem se depara com o Filisteu Golias que está amedrontando as tropas do Rei Saul, pois ninguém tinha coragem de lutar contra ele.

Esse trecho da história Davi externaliza sua força, sua inteligência e disposição em lutar por aquilo que para ele era importante. Davi revela-se um guerreiro. Mas não um guerreiro qualquer, ele nos mostra que não basta ser um homem, ser forte; ele precisa usar sua força em causas nobres. Davi não entra na batalha para ser reconhecido, mas luta por seu povo e pela honra do seu Deus.

Hora da batalha

Jesus sabia muito bem quando deveria entrar em uma batalha e, se necessário, não temia usar sua força. Quando estava no templo de Jerusalém e se deparou com um comércio montado, sua ação é de expulsar todos e derrubar as mesas (Cf. Mt 21, 12). Jesus lutou pela causa de seu Pai, sua intenção era nos ensinar que há a necessidade do homem travar certas batalhas. Da mesma forma, no capítulo 4, do Evangelho de São Lucas 14 – 30, Jesus estava na sinagoga de Nazaré, no fim dessa leitura vemos que Jesus se retirou do meio do povo que desejava lançá-Lo em um precipício. Um guerreiro sabe, também, evitar batalhas desnecessárias.

O homem traz em si: a agressividade; o impulso por batalhar; o coração de guerreiro. Isso não é algo ruim, porém, hoje, não temos referências com quem possamos aprender a usar essa potência de forma positiva. Vemos esse dom perdendo o seu sentido e nossa sociedade está cheia de homens que se confundem em sua identidade, deixando-se dominar por prazeres e conquistas pequenas. Papa Bento XVI diz: “Deus veio ao mundo para despertar em nós a sede pelas grandes coisas”.

Ele precisa ter firme em sua mente que Deus deseja estar junto com ele nas batalhas. Mas, nos ensinam por aí que somos fracos, que não conseguimos. Como, então, encontrar um meio de usar nossa força de forma boa? O Pai quer nos treinar para isso, Ele quer nos dar motivos fortes para usarmos essa força, motivos nobres. O Salmo 144, 1 diz: “Bendito seja o Senhor, meu rochedo, que treina minhas mãos para a batalha, meus dedos para o combate”. Sim, Deus quer nos treinar para usar a nossa força quando for preciso.

O homem tem desistido de suas batalhas e, com isso, toda a humanidade perde. Um casamento, por exemplo, é um motivo pelo qual todo homem precisa estar disposto a batalhar e assim também por seus filhos, amigos, por sua fé.

Legado de pai para filho

Na história da humanidade esse legado era transmitido de pais para filhos. Era com seu pai que um jovem aprendia como usar sua força. Houve uma ruptura nesse ciclo e, os pais de hoje, não sabem como ensinar seus garotos a assumirem seu papel de homem, pois também não tiveram esse aprendizado. A nós, cabe buscar em Deus a referência que precisamos. Deus é nosso Pai e Ele quer nos treinar, quer nos fazer homens com toda a potencialidade que Ele criou.

Para que possamos nos encontrar em nossa identidade masculina é preciso que, antes, nos encontremos no coração do Pai, no coração de Deus. Se, primeiro, provarmos da experiência de que somos filhos amados de Deus, poderemos assumir a nossa identidade e, com isso, retomar o ciclo de pais, que são verdadeiramente pais, e filhos que se sentem filhos.

Somente no coração de Deus conseguiremos encontrar o caminho que nos restituirá ao que realmente somos, homens guerreiros.

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