Dentro da história da Igreja, há muitos relatos de homens que, depois de uma experiência com Deus, decidiram ir para um eremitério (lugar deserto), ou de monjas e monges que investem toda a vida dentro dos muros de conventos, mosteiros. Você sabe qual o segredo da liberdade? Será que para sermos livres precisamos gozar do direito de ir e vir? De possuir? Ter muitas coisas? Ou a verdadeira liberdade é interior?
Temos todos os motivos para crer que a liberdade mais pura e verdadeira é a aquela que não precisa de motivações externas para ocorrer, ela simplesmente é algo permanente em nosso interior. Quando observamos o diálogo entre Jesus e a Samaritana, nós nos surpreendemos quando aquele Homem sentado a beira do poço diz: “(…) mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna” (cf. Jo. 4, 1-26).
Neste sublime diálogo em que a Samaritana – que não tem nome -, aparentemente, desconsolada, rejeitada, sem apoios e que estava com sede, mas uma sede que a água daquele poço não saciaria, porém, a água do lado do coração de Jesus saciaria. Aqui temos a explicação para muitos questionamentos interiores. Depois dê uma olhada no texto bíblico completo. Nós todos temos sede de infinito e procuramos o infinito nas coisas finitas, que são efêmeras e estas, por sua vez, não nos dão o todo que queremos e por isso insistimos tanto em sentir prazer repetidas vezes. Mas, Jesus ofereceu a algo que é mais do que o prazer, infinitamente mais, que era a felicidade.
Você tem cuidado do seu interior?
Aquela mulher tinha sete maridos, ela viveu muito para entender que a terra contém faíscas de alegrias e muitas euforias, mas, Jesus, quis lhes dar a felicidade, a pura alegria. Aquele homem penetrou as paredes do coração
daquela mulher e disse que algo poderia saciá-la. Ele, mesmo. A resposta para liberdade interior está contida nesta Palavra encarnada, Cristo Jesus.
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Por isso, muitos deixam tudo para viver no “escondimento”, no isolamento, longe de tudo… Aparentemente, é uma solidão acompanhada. Viktor Frankl, na obra: “O sofrimento de uma vida sem sentido”, chega a uma grande conclusão, “quanto mais alguém busca o prazer, tanto mais ele o perde” (p. 20). Talvez, a Samaritana tentou levar uma “vida normal”, não se sabe bem, mas que ela representa o vazio dos corações de hoje, sim, ela representa.
Para concluir a reflexão: é preciso sintetizar essa ideia no nosso interior. Não podemos permanecer em desejos primários como o prazer, pois, quando nós nos abrimos ao conhecimento da transcendência do coração do homem, só aí notamos que a sede de infinito só pode ter sido dada por alguém “infinito”, e isso está perfeitamente ligado com a liberdade. Somos livres à medida que somos nós mesmos. Somos integrais quando temos Jesus! “Ele é a pedra que os pedreiros rejeitaram, mas se tornou a pedra angular” do mosaico do nosso coração. Ele tem o tamanho perfeito do vazio do seu coração. Beba dessa água e nunca mais você terá sede de liberdade.