O Papa São João Paulo II falava do divórcio como “uma praga” que põe fim a muitos casamentos. De fato, a sua possibilidade gera uma insegurança em muitos casais, sobretudo naqueles que vivem um relacionamento um tanto conturbado. Na verdade, ele é uma grave ofensa à dignidade do casamento.
Jesus insistiu, na intenção original do Criador, que queria um casamento indissolúvel. “Não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19,6). Ele eliminou as tolerâncias que se tinham introduzido na Lei antiga. Por isso, entre batizados, o matrimônio ratificado e consumado não pode ser dissolvido por nenhum poder humano nem por nenhuma causa, exceto a morte; a menos que tenha sido um casamento nulo, por decisão do Tribunal da Igreja.
Assista ao 3º episódio:
Quais razões levam a um divórcio?
Há muitas razões pelas quais pode acontecer um divórcio, ou mesmo levar os cônjuges à insegurança, mesmo que a separação ainda não se concretize.
Algumas das razões para um possível divórcio já foram abordadas em nossa matéria anterior sobre a traição. Um namoro mal vivido, onde não houve um bom discernimento, pode arrastar dúvidas ao casamento e dar margem a se pensar em divórcio.
A infidelidade de um dos cônjuges gera o medo do divórcio; as sucessivas brigas do casal não bem resolvidas, as carências de cada um não satisfeitas no relacionamento conjugal, as dificuldades na vida sexual, a falta de religião, a falta de diálogo e de atenção com o outro… tudo isso e muitas outras causas podem gerar o medo de uma separação.
Como evitar a insegurança?
Evidentemente, para evitar essa insegurança, o casal cristão precisa sempre renovar o compromisso assumido no altar de serem fiéis um ao outro, por amor a Deus que os uniu. Uma vida de oração, de meditação da Palavra de Deus, a vivência frequente dos sacramentos da confissão e da Eucaristia, a reza do terço em família etc., são as melhores salvaguardas contra essa insegurança.
O demônio sabe amedrontar as mentes dos casais com sugestões de separação, mas Deus nos protege com sua graça quando nos colocamos debaixo de Sua proteção e da proteção da Virgem Maria.
É muito importante que cada cônjuge saiba compreender o outro nos seus momentos de crise e dificuldade, ajudando-o, com o seu amor, a vencer seus problemas, para que isso não gere uma instabilidade perigosa no casamento. Quando um estiver nervoso, o outro precisa manter a calma, não revidar as ofensas, saber calar e saber falar na hora certa e do jeito certo.
O compromisso de viver a paciência, a compreensão com o outro, a humildade, o perdão, a bondade, a eliminação do egoísmo, a fé etc., é o que dá ao casal uma fortaleza espiritual que elimina o medo de um divórcio.
Leia mais:
.:Traição: a primeira insegurança de muitos casais
.:Doença: a segunda insegurança de muitos casais
.:Deixar de sentir-se amado: a quarta insegurança de muitos casais
.:Viuvez: a quinta insegurança de muitos casais
O cônjuge cristão nunca deve pensar em divórcio, porque seus efeitos são terríveis. Ele é ofensa grave à lei natural, porque rompe um compromisso livremente assumido e consentido pelos esposos, diante de Deus e dos homens, de viver um com o outro até a morte. A Igreja nos ensina que o divórcio lesa a aliança de salvação de Cristo com a Igreja (cf. Ef 5,25), da qual o matrimônio sacramental é o sinal. O Catecismo diz:
“O fato de contrair nova união, mesmo que reconhecida pela lei civil, aumenta a gravidade da ruptura; o cônjuge recasado passa a encontrar-se em situação de adultério público e permanente” (n. 2384).
O divórcio cria uma desordem na família e na sociedade: para o cônjuge que fica abandonado; para os filhos, traumatizados pela separação dos pais, e muitas vezes disputados entre eles (cada um dos cônjuges querendo os filhos para si); e seu efeito de contágio, que faz dele “uma verdadeira praga social”. (cf. CIC n. 2385)
É importante que os cônjuges cristãos pensem seriamente sobre tudo isso para que cada um, diante de Deus e do outro, jamais pensem ou falem da possibilidade de se divorciarem.