Desde a época das cavernas, tanto o cérebro dos homens como o das mulheres têm sido condicionados a desenvolver diferentes percepções. O homem saía para caçar, o que lhe trouxe maiores aptidões em áreas específicas para cumprir esse seu ofício, como um maior senso de direção (localização, orientação, posicionamento), visão focal/direcionada em um alvo (a presa), agilidade e força física. Todas habilidades para a caça.
A mulher cuidava da caverna; então, também lhe foram sendo moldadas características para tal, como uma visão mais periférica, apurada percepção e sensibilidade (tudo isso para desempenhar as funções que lhe eram próprias, por exemplo: ter múltiplas atividades ao mesmo tempo, pois elas precisavam manter o fogo aceso e cuidar das crianças, interpretar as necessidades dos filhos, mesmo quando estes ainda não sabiam se comunicar).
Essas atividades distintas fizeram do homem um ser voltado para tornar as coisas práticas. Para eles, quase tudo tem um foco, um alvo. Daí a tendência a tornar tudo objetivo, desenvolvendo uma maior impulsividade, potência e resistência muscular. No ser feminino, isso gerou a capacidade de interiorização, por isso elas tendem a buscar o significado de cada gesto. Ficaram mais emotivas.
A partir da visão da beleza do outro, podemos direcionar melhor nossos esforços e nos alegrar com a concórdia
O cérebro feminino formou-se com um maior número de conexões entre as células nervosas. Os hemisférios direito e esquerdo trocam mais informações do que no cérebro masculino, o qual trabalha de forma mais compartimentada. Isso equivale a dizer que homens têm a tendência de separar e resolver os assuntos pertinentes à sua vida de forma isolada, por isso uma crise na área afetiva dificilmente vai afetar seu trabalho ou outros aspectos da sua vida.
Já as mulheres geralmente fazem ligações e interpretam significados entre as várias dimensões de sua vida, e também fazem isso na vida daqueles que convivem com elas. Quando vivem um problema no trabalho, podem transferir essa tensão para o relacionamento com o esposo ou com namorado, para a vida financeira entre outros. E quando elas sentem que eles estão um pouco diferentes, ficam imaginando mil coisas que podem estar acontecendo.
Quando um casal vive o dilema: “Por que o homem quer jogar futebol quando a mulher quer a companhia dele?”, para o homem o fato de ele sair para jogar bola, ir à academia, praticar algum hobby, ficar um pouco com os amigos (também assistir ao futebol) não significa trocá-la por outra opção. Na cabeça dele, ele reservou para seu dia, entre seus afazeres, responsabilidades e compromissos, um momento para cada coisa; inclusive, pensou no momento mais tarde para namorar e estar com ela. Tendo praticado seu lazer, ele estará bem física e psiquicamente, e no tempo em que estiver com sua parceira, ele será exclusivamente para ela. Sua maior impulsividade, potência e resistência muscular geraram nele também a necessidade de movimento.
Por que o homem quer jogar futebol quando a mulher quer a companhia dele?
Para a mulher, amar significa estarem juntos, fazer as coisas juntos, afinal, ela entrou no relacionamento para estar com alguém, para criar empatia. Para ela, é essencial sentir que ele faz questão de entrar no mundo dela e vice-versa. É prova de amor a presença dele nas situações diversas.
O pensamento feminino, que conecta todas as coisas, interpreta o fato de ele querer sair para jogar futebol ou praticar outra atividade como um alerta para o relacionamento. “Algo está errado, pois ele não quer estar comigo!“, elas dificilmente apartam um fato de outro.
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O que fazer a partir de agora?
Chegamos a um entendimento sobre o que ocorre e como cada sexo interpreta os fatos. O que fazer a partir de agora, pois continuamos com as mesmas tendências primitivas dentro de nós?
Quando duas pessoas se relacionam com o intuito de viver uma vida a dois, tudo deve ser colocado para tal direção. Não existe uma fórmula ideal, mas ambos devem saber que a vocação maior é de constituírem uma família, o que requer união, vínculo e responsabilidades recíprocas. Portanto, que ele tente compreender mais e se interessar mais pelas necessidades específicas da sua parceira, e qual o nível e o grau de interação e aprofundamento de que ela necessita. Da mesma forma, que ela perceba quais os anseios e intensidade de experiências e movimentos de que ele precisa.
A partir da visão da beleza do outro, desde o que compreendemos sobre o sexo oposto até as características e necessidades individuais de quem amamos, podemos direcionar melhor nossos esforços e nos alegrar com a concórdia. O sacrifício de fazer acontecer a felicidade de quem amamos traz sentido ao coração, desde que não venha a tolher o que somos. Acredite: existe um ponto de acordo, tudo depende do diálogo.
Deus os abençoe!