No mundo moderno as pessoas são conduzidas a serem máquinas, que só trabalham e se preocupam com o futuro, e por isso, não têm tempo para pensar em si mesmas, em suas escolhas e em seu proceder para viver bem com os outros. Consequentemente, elas vivem angustiadas, deprimidas, infelizes, doentes e dilaceradas.
Jesus disse ao Pai: “O mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal” (Jo 17, 14-15). Cristo deu-nos uma orientação para viver bem a nossa vida.
Aquele que vive de acordo com a mentalidade do mundo está mais exposto ao mal. Também vive uma divisão total, em si mesmo e com as pessoas. O egoísmo, a ganância, o individualismo, o orgulho, a vaidade e o desamor imperam em sua vida.
Jesus continua nos ensinando como viver bem: “Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: Eu neles e Tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste como amaste a mim” (Jo 17, 22-23).
Deus nos conduz a sermos perfeitos na unidade com Ele, com nós mesmos, com o próximo e com o mundo. Como viver esta verdade? Quero refletir com você sobre um dos segredos para sermos perfeitos na unidade: a reconciliação.
Em primeiro lugar, somente quem está em harmonia consigo mesmo é capaz de se reconciliar com as pessoas que estão ao seu lado. Aquele que está dilacerado interiormente, também dilacerá as pessoas que o cercam. Até nós cristãos, muitas vezes, gostaríamos de perdoar os nossos semelhantes, mas não conseguimos. Geralmente, isso ocorre porque ignoramos os nossos sentimentos de raiva, ressentimento e aborrecimento em relação à pessoa que nos magoou. Esses sentimentos ignorados enraizam-se em nosso interior e nos impedem de viver a reconciliação. Sobretudo, reconciliar-se significa esclarecer os sentimentos, expressá-los sem ofender e agredir o outro, sem querer saber quem tem razão, e também sem se justicar. Em qualquer comunidade, quando os conflitos e as diferenças são colocadas “embaixo do tapete” aparecem as divisões e as dificuldades para viverem unidas no mesmo propósito. Aí surgem perturbações na comunidade, as pessoas não confiam mais umas nas outras e se tornam apáticas em relação ao que os outros vivem.
A reconciliação é importante para recomeçar um casamento, uma amizade, um relacionamento entre irmãos e para viver a unidade com Deus, consigo mesmo, com os outros e entre os povos.
Que Deus nos abençoe para que sejamos um entre nós e com o Pai e o Filho. Amém!