O pai e a mãe precisam exercer, cada um, sua função na vida do filho
Todos nós precisamos de um pai e de uma mãe espiritual. A mãe tem uma disponibilidade afetiva, está sempre com os braços abertos. A figura paterna está necessariamente ligada à lei. E isso é fácil para a gente entender. A mãe e a criança estão ligadas, pois, primeiro, ela tem de segurar a criança no útero, depois, mantê-la em casa. É natural que a criança tenha mais cumplicidade com quem lhe deu à luz, porque elas viveram juntas nove meses. E o pai põe um limite na ligação entre ambas, sem quebrar essa união.
Muitas vezes, pensamos que o genitor entra para separar o filho da mãe, mas o papel dele é o equilíbrio; isso faz com que os nossos filhos cresçam nessa virtude [equilíbrio].
No entanto, acontece, hoje, na sociedade, uma crise, pois ninguém mais quer ser pai e ninguém quer ser controlado. Mas alguém precisa assumir o encargo de colocar limites; e sabemos o quanto isso é necessário. É importante para você que é pai assumir essa missão de ser “lei”, ou seja, de ser limite em ser lar.
Outra coisa importante: mesmo onde não exista um pai biológico, alguém precisa assumir o papel paterno, e deve ser alguém do sexo masculino. Faz parte do desígnio de Deus, dentro da família real, que a figura masculina seja aquele que estabeleça esse limite; e alguém precisa assumir a realidade de pai.
E como colocar esses limites?
É importante compreender esse limite, para isso o pai precisa de uma virtude fundamental: a magnanimidade, que quer dizer “alma grande”. O genitor precisa ser magnânimo: “A águia não se alimenta de mosca”, essa ave de alma grande não come animais pequenos, somente os grandes.
Uma dica aos pais. Um excelente educador disse: “Não dê mais de uma ordem por mês nem explique muito”. O pai não deve se preocupar com pequenos defeitos, mas sim com os grandes. Você não deve encher a vida do seu filho de regrinhas, porque as regras desgastam a autoridade paterna. Não mande demais; faça-o somente para coisas importantes. Existe aí uma sabedoria de não gastar a autoridade do pai. É como uma faca: se a usarmos demais, ela se gastará; e quando precisarmos, ela não vai funcionar.
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Talvez, você não tenha planejado ter filho naquele momento, mas Deus planejou o nascimento deste, e você agora o tem. Então, saiba que, desse momento em diante, sua vida está mudada. Você precisa dedicar tempo a ele. Quer um filho bom? Gaste tempo com ele. Vá ao cinema com seu filho, ao parque, você precisa investir tempo com ele. Se você não tem tempo, então, é porque colocou outras prioridades na frente dele.
A tendência dos filhos é querer a liberdade dos adultos, mas não querem as responsabilidades destes. Se o seu pai não lhe impuser as regras, a sociedade lhe colocará limites. É preciso também ir dando, aos poucos, responsabilidades para ele. Se o filho quer liberdade de adulto e responsabilidade de criança, algo está errado; enquanto ele estiver dentro de casa, será preciso assumir responsabilidades.
Você foi criado na lei de Deus; o filho quando se revolta na adolescência, sai de casa. Muitas vezes, aqueles que não têm coragem de fazer isso, concretamente, o fazem espiritualmente, vivem de cara emburrada, porque querem liberdade, mas não querem responsabilidades.
Quanto à formação espiritual: se seu filho diz não querer ir à Santa Missa, por exemplo, como pais, como vão educá-lo? Veja o que acontece: seu filho nasceu e você diz: “Não vou ensinar língua nenhuma, nem português, nem inglês. Quando ele crescer, resolve se quer falar português ou inglês ou a língua que ele quiser”. Ninguém faz isso, você mora no Brasil, todos falam português, então, todos aprendemos a falar português naturalmente. Da mesma forma, enquanto o seu filho estiver na sua casa, ele vai ser católico. Quando ele crescer, for um jovem adulto, se ele quiser mudar, ele muda [de religião]. Então, você que é pai: saiba recuperar sua autoridade, e isso se faz obedecendo a Deus, pois, quando as pessoas perceberem que você é o primeiro a obedecer ao Senhor, então elas vão começar a respeitá-lo como autoridade.