comemoração

Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior

Hoje, dia 05 de agosto, comemora-se a consagração da Basílica em honra da Virgem Maria. Essa Basílica foi consagrada pelo Papa Sixto III e é a mais antiga igreja dedicada a Nossa Senhora a qual foi depois chamada de Santa Maria Maior. A festa de hoje também é conhecida como de Nossa Senhora das Neves, deu-se esse nome devido a lenda de que um casal em Roma, pedindo à Virgem luzes para saber como investir sua fortuna, recebe em sonho que Santa Maria deseja que seja levantado um templo no monte Esquilino que aparece coberto de neve. Até aqui essa história estaria tudo dentro do aceitável, se não fosse o verão que assolava aquele período e, mesmo assim, na noite do dia 4 para o dia 5 de agosto, o lugar marcado apareceu totalmente coberto de neve.

Tudo para a Santíssima Virgem Maria

A construção da igreja teve início por volta do ano 360, durante o papado de Libério, e foi consagrada pelo Papa Sixto III. Essa igreja é uma das quatro Basílicas papais e recebeu vários nomes durante a história, como por exemplo: Santa Maria das Neves, devido ao ocorrido milagre da neve; depois a igreja recebeu uma relíquia da Santa Manjedoura, e assim foi chamada de Santa Maria do Presépio; e por fim, foi chamada de Santa Maria Maior, isso porque é a maior das vinte e seis igrejas em Roma que são dedicadas à Virgem Maria.

A construção e dedicação desta Basílica é uma forma de reconhecer a grandeza da Santíssima Virgem Maria, como Mãe de Deus. Sendo assim, vale perceber nas palavras pronunciadas no Concílio de Éfeso, por São Cirilo de Alexandria, a grandeza de Nossa Senhora: “Contemplo esta assembleia de homens santos, alegre e exultantes que, convidados pela santa e sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, prontamente acorreram para cá. […] Salve, ó Maria, Mãe de Deus, venerável tesouro do mundo inteiro, lâmpada inextinguível, coroa da virgindade, cetro da verdadeira doutrina, templo indestrutível, morada daquele que lugar algum pode conter, virgem e mãe, por meio de quem é proclamado bendito nos santos evangelhos o que vem em nome do Senhor”.

Essas palavras do Concílio de Éfeso, em 431, deixam entender a grandiosidade de Maria e a veneração que os cristãos já desde os primeiros séculos ofereciam a Nossa Senhora. A dedicação da Basílica de Santa Maria Maior também é expressão desse amor e hiperdulia prestados hoje, nesta celebração, no mundo inteiro. Maria é a figura importantíssima e jamais pode ser deixada de lado na história da salvação. Devido a tão grande relevância, a Igreja, em sua sabedoria, dedica inúmeros templos e oferece durante o ano litúrgico várias memórias e festas, para que cada cristão possa também renovar a sua devoção a Maria, que é tão salutar para a salvação das almas.

Maria e o mistério da Encarnação

O culto a Maria não está separado do culto a Jesus. O mistério da Encarnação revelou ao mundo inteiro e permitiu que a Igreja adentrasse no mistério da Mãe do Senhor. Ainda São Cirilo eleva a maternidade de Maria ao mais alto cume como Estrela da manhã e como joia mais precisa em todo orbe. Outros santos falaram também sobre a importância que a Virgem Maria tem para a humanidade, Santo Tomás de Aquino escreveu que: “por ser Mãe de Deus, a Virgem tem uma dignidade de certo modo infinita, devido ao bem infinito que é Deus. E nessa linha não se pode imaginar uma dignidade maior, como não se pode imaginar nada maior que Deus”. Com isso, Maria e seu Filho Jesus estão em todos os momentos unidos, até o último ato de Cristo sobre a terra que foi o calvário.

Ao mesmo tempo que celebramos a dedicação de tão importante igreja como uma das mais antigas, comemoramos também a devoção mariana que a Igreja expressa nos seus vários modos. Por isso, neste dia, é salutar lembrar o que afirma São Bernardo que a Virgem Maria é para nós um aqueduto por onde nos chegam todas as graças de que necessitamos. Foi da vontade benevolente do próprio Deus que recebêssemos tudo das mãos da sua santíssima mãe.

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Maria e o Calvário

A Virgem Maria passa a ser nossa mãe por ser mãe de Cristo, pelo qual somos feitos filhos no Filho. Assim também, junto ao seu Filho no Calvário, Maria atinge o máximo de sua maternidade. Todos, no momento do Calvário, abandonaram a Cristo, contudo, Maria coloca-se sob a vontade do Pai e permanece unida a Jesus junto à cruz. Quis nosso Senhor Jesus Cristo dar-nos expressamente sua mãe a cada um de nós. Para que não restassem dúvidas nos corações, o Senhor, na pessoa do discípulo João, nos confia a sua mãe.

“Jesus, então, vendo sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis teu filho!’ Depois disse ao discípulo: ‘Eis tua mãe!’ E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,26-27). A santíssima Virgem Maria é mãe do Verbo encarnado e também nossa mãe por vontade de Deus. Por meio dela, somos agraciados todos os dias e recebemos de suas mãos todos os bens de Deus.

Não esqueçamos o que a Igreja desde muito tempo proclama sobre a santíssima Virgem Maria, Ela que é a gratia plena, ou seja, a cheia de graça. Ela que é a Thetókos, a mãe de Deus. Ela que é a advogada nossa e está diante de Deus rogando por nós para que sejamos salvos. Que a exemplo da santíssima Virgem Maria, possamos amar nosso Senhor até o fim, até as últimas consequências, nos calvários diários que se apresentam a nós no dia a dia. Que a celebração de hoje, a da dedicação da Basílica de Santa Maria Maior, nos faça rezar a Deus agradecendo por nos dar uma Mãe que intercede por nós e também faça com que intensifiquemos nossas devoções a Virgem Maria.

Referências:

BÍBLIA. Português. Tradução da Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002. 2206p.
FERNÁNDEZ-CARVAJAL, Francisco. Falar com Deus: meditações para cada dia do ano, VII. São Paulo: Quadrante, 2005.