É bem difícil encontrar um amigo que nos ajude e se dedique totalmente a nós com amor, constância e desinteresse. Isso não acontece quando se trata do anjo da guarda, um verdadeiro amigo, firme, fiel, único no gênero, que nos acompanha por ordem divina, com amor e sem se revelar. Se temos um anjo ao nosso lado para nos assistir, não é por condescendência de sua arte ou porque queremos, mas é por decreto de Deus. Nos salmos está escrito: “Pois Ele, sobre ti, mandou seus anjos que em teus caminhos sempre te guardem. Em suas mãos eles hão de levar-te, para que teus pés não batam em nenhuma pedra” (Sl 91, 11-12)
Como devemos ser gratos ao bom Deus por ter dado essa ordem! Se a assistência angélica fosse apenas efeito do amor dos anjos, poderíamos ter certeza de tê-los ainda conosco depois de termos recusado tantas vezes suas boas inspirações?
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Cansados de nós, talvez eles já nos houvessem abandonado. Se nós, com as nossas súplicas, os tivéssemos chamado para nos proteger, será que teríamos certeza de ser atendidos?… de tê-los sempre conosco?… pelo menos nos momentos mais difíceis?… Mas, como isso responde a uma disposição de Deus, temos certeza de que todos temos um anjo da guarda.
Por que os anjos cuidam de nós?
Seja qual for o grau de nossa santidade, sempre podemos contar com ele, do nascimento até a morte. A assistência é perfeita, porque o anjo é uma criatura perfeita que obedece a Deus sem fraquejar, sem demora, sem infidelidades.
Os anjos da guarda nos amam: 1) por respeito a Deus, porque, amando a Deus, amam aqueles que a Ele pertencem; 2) por respeito a nós, porque somos os seus irmãos destinados a tomar o lugar dos anjos rebeldes que foram expulsos e, portanto, fazemos parte de sua família celeste; 3) porque somos infelizes e sofredores e, portanto, dignos de ajuda: assim, eles podem exercer o espírito de caridade, que é inerente a todos os eleitos.
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A proteção dos anjos se faz com amor, com alegria, fervor e suavidade. Embora, muitas vezes, na Sagrada Escritura, a vida dos santos falem de aparições de anjos, estes costumam agir de maneira invisível, ou porque esta é sua natureza espiritual, porque sua manifestação não é necessária ou ainda para nos dar uma grande lição de humildade e desinteresse, agindo às escondidas por amor a Deus.
Texto extraído do livro ‘Para falar de anjos’.
