A família é a base do plano de Deus para a humanidade
Deus quis a humanidade estruturada em famílias, a sua célula mater. Criou o homem e a mulher, e os quis unidos de modo a serem “uma só carne” (Gen 2,24) para “crescer e multiplicar” (Gen 1,28), gerar os seus filhos que, um dia, serão cidadãos do céu. A família é a base do plano de Deus; destruí-la é destruir o Seu plano para a humanidade. Não existe família alternativa, além de um homem unido a uma mulher pelo casamento. Jesus entrou em nossa história pela porta da família. Foi numa festa de casamento que ele fez o seu primeiro milagre. E elevou o casamento à dignidade de sacramento.
Ela é o “santuário da vida”, disse São João Paulo II, isto é, o escudo de proteção da vida. Ela é a “igreja doméstica” e o grande “patrimônio da humanidade”. Ela é insubstituível. Ela é um sinal e uma imagem da Santíssima Trindade. É na família que os pais e as crianças exercitam as grandes virtudes: bondade, mansidão, paciência, fé, coragem, desprendimento, humildade, pureza, descrição, trabalho, respeito, caráter e cidadania.
Assista:
É na família que nós somos importantes, reconhecidos como alguém e não número. É a família que nos sustenta nas lutas, nas aflições e nos problemas da vida. É a família que nos ampara desde o berço materno até o leito da morte. Por isso Deus quis a família.
Escola de amor
O sonho de Deus é que a família seja aquilo que Ele idealizou, onde o marido e a mulher sejam unidos no amor que supera todo egoísmo e individualismo. Como cantou padre Zezinho: “Que nenhuma família termine por falta de amor. Que marido e mulher tenham força de amar sem medida. Que ninguém vá dormir sem pedir ou sem dar seu perdão. Que as crianças aprendam, no colo, o sentido da vida. Que marido e mulher não se traiam nem traiam seus filhos. E que os filhos conheçam a força que brota do amor!”
A vontade de Deus é que, na família, o casal “seja uma só carne” (Gen 2,24), unidos como o café com leite que ninguém mais consiga separar. Que não haja entre eles infidelidade na mente nem nos atos, que não haja mentiras nem fingimentos, ciúmes, inveja, falta de perdão e compreensão. Que nada os separe, nem a moda, nem o dinheiro, nem os problemas. O que Deus espera é que, na família, o casal cresça no amor, tenha um só projeto de vida, que cada um saiba desposar o outro. Que cada um se deixe invadir pela alma do outro.
Deus quer a família como uma “escola de amor”, um verdadeiro educandário do amor, onde a convivência conjunta de pais e filhos gere a oportunidade de exercitar esse amor. Deus nos colocou em família para nela aprendermos a decretar a morte do nosso egoísmo e egocentrismo, para nos ensinar a fazer morrer o “eu” e o “meu”, para dar lugar ao “nós” e ao “nosso”.
Por meio do amor, cada um na vida conjugal deve “construir” o outro. Alguém disse, muito bem, que “amar não é querer alguém construído, mas é construir alguém querido”. Nada mais nobre que construir um ser humano, imagem de Deus.
O que diz a Igreja e os santos sobre a família?
A Igreja ensina que “o homem só pode ser feliz por um dom sincero de si mesmo” (GS, 24). São Francisco de Assis expressava essa verdade dizendo que “é dando que se recebe, é morrendo que se vive para a vida eterna”. De outra maneira, dizia São João Bosco: “Deus nos colocou neste mundo para os outros”.
Deus criou a família para ser uma “escola de santificação”. “A vontade de Deus é a vossa santificação” (1 Ts 4,3). No exercício cotidiano das virtudes, pais e filhos se santificam. Não há lugar melhor para se exercitar as virtudes do que no recinto sagrado do lar. Na vivência do amor conjugal, marido e mulher se constroem, santificam-se conforme o desígnio de Deus. No amor fraterno, os irmãos se santificam, e no relacionamento dos pais com os filhos cresce a santidade em cada um. O Catecismo diz: “Os filhos, por sua vez, contribuem para o crescimento de seus pais em santidade (n. 2227).
O sonho de Deus é que a família não seja transitória, mas definitiva. Que o casamento seja indissolúvel: “Já não são dois, mas uma só carne; portanto, não separe o homem o que Deus uniu” (Mt 19,6). Santo Agostinho disse que a união dos esposos não se faz pelo instinto e amor sensual, mas pela caridade fundada em Deus (Sermão 51).
Deus quer uma família onde os filhos sejam educados no amor. Papa João Paulo II disse que “o ato de educar é o prolongamento do ato de gerar (Carta às Famílias,16). Não é para si que os homens educam seus filhos, mas para os outros e para Deus. Nesta perspectiva, “a educação pode ser considerada um verdadeiro e próprio apostolado (CF 16), disse João Paulo II.
Compromisso
No altar, os noivos prometem educar os filhos na fé: “Estais dispostos a receber amorosamente, das mãos de Deus, os filhos, e a educá-los segundo a lei de Cristo e da Igreja?
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Deus quer que os pais sejam os primeiros e principais educadores dos filhos. E não é possível educar sem Deus e sem religião. São Tomás de Aquino disse que a missão dos pais é uma tarefa, até certo ponto, paralela ao sacerdócio dos padres (Contra os Gentios 4, 58). O sonho de Deus é que a família cumpra a sua missão de formar pais e filhos no Seu amor.