Independência do Brasil
No dia 7 de setembro, comemoramos a independência do Brasil, fato que foi alcançado após o engajamento e a conscientização de grandes contingentes populacionais, que se tornaram reativos aos impostos, desmandos, desvios e corrupções praticadas pelos emissários lusitanos nessas terras. O povo brasileiro, então, democraticamente, optou por D. Pedro I como seu legítimo representante, imputando-lhe a responsabilidade de dar à nossa nação a grandiosidade a que ela é vocacionada (Como dizem os meus alunos #sqn (só que não!)).
Foto: diogoppr
A independência do Brasil da dominação portuguesa, segundo nos ajudam a entender os historiadores, foi um evento que não contou com a atuação nem o engajamento popular, sendo uma medida consolidada entre os mais abastados na sociedade e o jovem príncipe regente D. Pedro, sem a devida adesão, percepção ou consciência devida do povo. Ainda assim caminham os processos políticos em nossa nação, à revelia do conhecimento do povo. À exceção das eleições, onde cada indivíduo ganha valor, todos os demais eventos políticos são tratados quase que em uma outra dimensão, em um mundo paralelo, onde a presença do povo é vetada.
Isso nos custou a formação de uma República fragilizada, pela sensação de poder em que foi envolta a nossa classe política: de servidores, eles passaram a ser servidos e a servirem-se do Estado. E o que deveria se constituir como uma infeliz raridade, tornou-se uma sórdida regra – a política praticada por vias espúrias, em acordos furtivos, com resultados escandalosos.
Credibilidade e confiança na política brasileira
Os indícios mais evidentes dessa realidade está em nossos noticiários, onde é difícil abrir a seção de política e não constar a sigla Polícia Federal. Foi assim que, ainda na retomada de nossa democratização, que nos anos 90 veio à tona o esquema PC Farias, que levou à renúncia do então presidente Fernando Collor de Melo, após a abertura do processo de Impeachment.
Atual em nossa memória são os muitos desdobramentos da Operação Lava Jato, cujo efeito mais expressivo, até agora, foi o Impeachment da presidente Dilma Roussef, que recebeu centenas de votos de parlamentares, agora implicados em tantos outros esquemas evidentes de corrupção. E tudo isso tem abalado a credibilidade e a confiança na política e no Estado brasileiro.
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Ainda assim, teremos os desfiles cívicos, as bandas marciais, as bandeiras nos altos dos mastros. Eu me perguntava se tudo isso fazia sentido, até que conversei com minha filha, que vai participar deste evento promovido pela escola em que estuda. Vi o seu entusiasmo, adesão, expectativa em “marchar” junto com seus colegas. Então, lembrei-me das palavras de Jesus, quando nos mandou ter coração de criança.
Utilizemos esse dia de comemoração cívica para retomarmos nosso engajamento como os rumos de nosso país. Há muito a ser feito neste tempo, mas quanto mais pessoas comprometidas, mais rapidamente colheremos os frutos de um novo país. A luta que devemos travar se dará no campo da honestidade, moralidade, ética e senso de bem comum. Lutemos não pelo país que temos, mas pelo país que queremos.