Noivado

O noivado é uma escola para o casamento

Os casais se tornam noivos quando têm a data do casamento agendada, mas noivado é muito mais do que isso, é um momento em que o casal tem de amadurecer a sua consciência para as exigências e a realidade do matrimônio. É um momento de aterrissar nos desafios que um relacionamento a dois vai impor aos noivos.

Por isso, é preciso fazer do noivado um momento de grande diálogo, conhecimento mútuo e decisões, inclusive no campo financeiro e material. O magistério da Igreja, no documento “Preparação para o Sacramento do Matrimônio”, do Pontifício Conselho para a Família, chama esse momento de “preparação próxima”. O tempo do noivado, que vai incluir a preparação da liturgia do matrimônio e outras coisas, é chamado por esse documento de “preparação imediata”.

É preciso fazer desse tempo um momento de preparação para a nova realidade do casamento, da família e do relacionamento a dois. Quem casa está assumindo a proposta de vida de Jesus Cristo, inclusive uma instituição cristã. Então, antes de assumir esse compromisso, é preciso entender muito bem o que se está assumindo: o que é um matrimônio, o que é uma família cristã, o que é o relacionamento a dois dentro dessas realidades.

Foto ilustrativa: yacobchuk by Getty Images / cancaonova.com

É preciso preparar-se para o casamento

Um grande erro e causa de nulidade da validade de muitos matrimônios é justamente a falta de conhecimento da realidade do que se está assumindo. Casar, sem fazer essa preparação, é como assinar um contrato sem ter a menor ideia do que ele diz, sem lê-lo. Na hora em que a pessoa menos esperar, estará cheia de dívidas impagáveis.

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Para isso são importantes alguns aspectos:

1) Aprofundamento da vida de fé na Igreja; crescer na oração, na escuta da Palavra de Deus e, sobretudo, na oração a dois.

2) Aprofundamento do significado do matrimônio e da família cristã. Dentro disso, destaco alguns tópicos que precisam ser conhecidos:
– O que é a liberdade de consentimento, sem o qual não pode acontecer o vínculo matrimonial;
– O que é e como acontece a unidade do casal;
– A importância e o significado da indissolubilidade matrimonial;
– A educação para a paternidade e a maternidade responsável;
– Estudo e aprendizado sobre aspectos da sexualidade conjugal respeitando a lei natural;
– Reflexão sobre a educação dos filhos.

3) Crescimento na imitação de Cristo como modelo a ser seguido: consciência de doação e renúncia de si. Deve haver um dinamismo sacramental, de maneira especial o sacramento da reconciliação e Eucaristia.

4) Ter consciência da missão própria da família nos campos educativo, social e eclesial.

5) Ser formado nos valores da dignidade da vida humana e da família. A mentalidade contraceptiva, a relativização do significado do amor humano, ideias feministas e machistas levam muitos noivos a entrarem no casamento com muitos valores deformados. É grave a necessidade de que eles sejam bem formados quanto a essas questões.

6) É importante que os noivos discutam questões práticas e fundamentais como: o número de filhos que gostariam de ter (lembrando que um casal não aberto à vida, não constitui um matrimônio válido); o trabalho da mulher diante das exigências do lar; as atividades religiosas e a educação dos filhos na fé; e outras questões. Porém, também é importante ajustar questões aparentemente bobas, mas que podem ser causas de conflitos como a organização da casa; o relacionamento com a família do outro; comportamentos constrangedores; higiene e educação na vida íntima (coisas do dia a dia).

O noivado é o tempo de preparação para o casamento

Tornar-se noivo não é firmar um compromisso quase indissolúvel. Por isso, a Igreja coloca o noivado fora da celebração da Santa Missa. O grande vínculo, indissolúvel, só será feito no matrimônio. Claro, é um passo a mais, uma maturidade maior no relacionamento e, isso, implica compromisso. Porém, o grande compromisso do noivado é a preparação para o matrimônio e, ele deve durar o tempo que for necessário para que, o futuro casal, esteja em condições de constituir uma nova igreja doméstica, uma família, uma casa de amor, que maravilhosamente anuncia a comunhão que existe na Trindade Santa.