buscar a Deus

Radicalidade nos desejos e sentimentos

Partimos, agora, para a radicalidade nos desejos, o qual, às vezes, nos enganam e levam à perdição. Na sua profundidade, os desejos não são pecados, mas podem se tornar um grande meio para o pecado. Eles significam vontade de possuir ou de gozar, anseio, aspiração etc.; e estão ligados ao agir humano, pois revelam o mais profundo do homem. Desvelam o homem e expõem a sua intimidade, aquilo que, muitas vezes, está oculto no mais profundo do seu ser.

Todos nós temos desejos por alguma coisa, e nossa vida gira em volta de alguns deles. Quem não quer ser feliz ou fazer o outro feliz? Isso já está dentro de cada um, mas os nossos desejos foram feridos pelo pecado e passamos a entregá-los à ação do mal, pois o desejo do mundo presente é a nossa perdição; a maior ambição do demônio é nos ver no inferno, longe da graça de Deus.

Veja, dentro de você, se existem somente desejos para o bem e a pureza. Geralmente, queremos aquilo que o nosso corpo deseja ou vai satisfazer os prazeres carnais. A carne opõe-se ao Espírito, e o Espírito à carne; entre eles há antagonismo, por isso não fazeis o que quereis (cf. Gl 5,17).

A radicalidade nos sentimentos pode levar à decepção

Precisamos querer somente Deus, inclinar-nos para Ele e buscar o Alto. Não nos deixemos ser seduzidos pelas vontades humanas nem influenciados pelos outros. Canalizemos tudo para o Senhor.

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O amor deve ser a aspiração maior do nosso coração, pois causa em nós o desejo do bem ausente e a esperança de consegui-lo (cf. CIC 1765). Queremos o mal e aquilo que nos leva para longe de Deus, porque ainda não experimentamos o amor d’Ele em nossa vida, que é capaz de preencher toda solidão e ausência de bem. “A graça desvia o coração dos homens da ambição e da inveja, e o inicia no desejo do Sumo Bem; instrui-o aos desejos do Espírito Santo, que sacia sempre o coração do homem” (CIC 2541).

Purificar os desejos

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Há dentro de cada ser humano a vontade de buscar Deus e a bem-aventurança, as quais respondem ao desejo natural de felicidade, cuja origem é divina: Deus o colocou no coração do homem a fim de atraí-lo para si, pois só Ele pode satisfazê-lo (CIC 1718).

Cabe a nós purificarmos nossos desejos de toda impureza e somente buscar o que Deus planeja para nossa vida, que é a nossa santificação. Isso não quer dizer que todos os nossos desejos sejam maus, mas é necessário que purifiquemos aqueles que nos afastam de Deus e não nos levam à santidade.

O amor não é só sentimento

Quanto aos sentimentos, esses, muitas vezes, enganam e levam-nos a nos perdermos neles, pois o sentir não é pecado, mas o consentir. Não podemos confundir amor com sentimento. O amor não é só sentimento, mas adesão e iniciativa. O sentimento pode ser consequência das emoções, e não podemos nos guiar pelas emoções, pois estas são traiçoeiras e enganadoras, vêm de maneira rápida e desaparecem de repente. O sentimento é sensibilidade.

Tornamo-nos sensíveis de acordo com determinadas situações. É um estado de espírito, e não podemos usar de sentimentos no nosso relacionamento com Deus; este precisa ser concreto e radical, não viver de sentimentalismo. Purifiquemos os nossos sentimentos de toda impureza.

 

Equipe Formação